sábado, 18 de dezembro de 2010

Fim de ano, tempo de reflexão

Os últimos dias aqui em Troyes tem sido diferentes. Muito bons, aliás, mas diferentes. Começou o ritmo de festas de fim de ano. Fiz festa durante 6 dias seguidos na semana passada, já que não tinha quase mais aulas, só trabalhos para entregar.

Todas essas festas começaram com os Erasmus Awards, premiação que eu organizei para dar os devido prêmios aos principais Erasmus (tipo mais bêbabo, mais bonita, etc.), foi um sucesso. Tudo saiu como esperado, numa das festas mais bombantes de estudantes internacionais do semestre. Fiquei orgulhoso! :D O único problema foi que, logo depois de eu termianr a apresentação dos prêmios, a polícia chegou para acabar com a festa. Normal, isso já aconteceu algumas vezes por aqui. Os vizinhos franceses não querem nem saber. Mas não teve problema, a festa continuou no Manhattan, um dos melhores clubes de Troyes. Todos felizes com os resultados.

E eu ganhei Mister Simpatia! Abaixo tem a melhor foto que tiraram de mim naquela noite. Dá pra ver minha felicidade. Nesse momento eu ganhava uma caneca da Akuele, por ter feito todo o trabalho. She's so cute.



Além disso, o fim dessa semana foi de despedidas. Todos os estudantes deixando a branca Troyes para suas casas, seja na França ou pela Europa. Tem gente que só vai para o Natal, outros não voltam mais pra Troyes. Rostos que ficarão marcados e depois menos marcados até desaparecerem da memória e se tornarem apenas uma parte dessa boa experiêncoa.

E eu fico. Nesse frio e nevado fim-de-semana resolvi não sair, já que não tem quase ninguém na cidade. Resolvi assistir uns filmes que estou há tempo querendo ver e pensar no que vou fazer depois de tudo isso. É tempo de balanços e listas de fim de ano e de metas para 2011.

Aproveitei o dia também para visitar o centro da cidade e tirar umas fotos das decorações de Natal e comprar bilhetes de trem. Peguei um flagra genial. Um casal árabe com roupas de casamento parou o trânsito no centro de Troyes e começou a dançar no meio da rua com os amigos. Foi um daqueles momentos que te faz gostar de viver. E fiz um vídeo disso.
Abaixo uma foto do centro iluminado. O resto já está no Picasa.



Nesse momento minha família já deve estar na Europa. Estou muito para vê-los. A saudade é grande. Parto em 5 dias. Enquanto isso, vou curtir bem meus últimos dias do ano em Troyes, pensando o quão fantástico foi 2010 e o que farei em 2011. Porque afinal, o ano já acabou, só falta alguém puxar o gatilho e começarem os fogos de artifício na Torre Eiffel.

Feliz Natal a todos e até 2011!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Trois mois

Três meses. É, o tempo passa. Lembro direitinho dos meus outros posts no primeiro e segundo mês. E lembro até do último post antes de partir do Brasil.

Três meses já é alguma coisa fora de casa. Nesse trimestre, tenho certeza que muita coisa mudou lá em casa. Como será que está meu quarto, minha cama? Deve ser duro para os meus pais e família, assim como é duro pra mim. Ou mais.

Às vezes, a saudade do Brasil bate forte. Hoje mesmo, numa janta organizada pela escola pensei como será o Natal longe de casa. Por sorte, minha família vem do Brasil e estou realmente afim de matar a saudade. Mas tenho certeza que o Natal longe da casa da minha avó, e com toda a família reunida, fará falta. E muita. Quando lembrei de tudo isso, tive que segurar para não deixar as lágrimas caírem.

Na cidade, agora o inverno realmente chegou. Depois de 2 semanas com muita neve (fotos no Picasa), essa semana foi mais quente, mas com muita chuva, horrível para quem tem que caminhar. O inverno também chegou junto com as luzes de Natal. A cidade está linda, toda iluminada. Mesmo Troyes, uma cidade pequeninha, capricha muito na decoração e o centro da cidade está demais. Quero muito visitar a tenda de “quentão” que colocaram perto do Hôtel de Ville e tomar um vinho nesse frio com uma espécie de churros que eles vendem. Que vontade!. Vou ver se tiro umas fotos de tudo isso.

Estou muito adaptado à vida daqui, com o francês melhorando cada vez mais e também estando cada vez mais próximo das pessoas. Já peguei o costume de voltar da aula e pegar um baguette no Boulanger, ou talvez ainda mais algum doce da Patisserie. E depois devorar tudo no lanche da tarde com os 4 tipos de queijos que tenho agora na geladeira. Estou curtindo bastante a vida aqui, no melhor momento desde que cheguei.

O primeiro mês foi adaptação, o segundo foi imersão e esse está sendo diversão. E muito estudo. Sou um dos Erasmus que mais faz cadeiras. Me sinto muito nerd por aqui.

Se quero ficar mais? Sim, creio que os quase dois meses que faltam vão fechar muito bem a experiência.

Fiquem ligados no blog, porque em breve devo decidir para onde vou depois de janeiro. Ótimas idéias em mente. J

Nos vemos!

sábado, 27 de novembro de 2010

Rotinas, trabalho e a primeira nevada

Bom, muito tempo sem um post.
O fim do ano se aproxima, e as tarefas da faculdade começaram a aumentar. Também a busca por um estágio depois do fim das aulas tem tirado bastante meu tempo ultimamente.

Nas últimas semanas não fiz mais nenhuma viagem por causa de todas essas tarefas. Mas nem cheguei a falar aqui sobre outras 2 viagens muito boas que fiz, e cujas fotos já estão no Picasa, que não posso deixar de comentar: Normandia e Bélgica. Vou fazer um pequeno resumo de cada uma, mas as fotos podem contar mais.

Normandia Road Trip

O comentário dessa viagem está mais do que atrasado. Aconteceu no final de outubro, há 1 mês atrás; Eu, com os outros brasileiros da EA (Flávia, Giuliano e Lidi), alugamos um carro e fizemos 1.300km de diversão. Foi ótimo ir de carro, voltar a dirigir, estar livre. Vimos paisagens de sonho, do interior da França, lindíssimas. Mont-Saint-Michel é essa cidade medieval murada no meio do nada. E St. Malo é uma linda cidade costeira. Quando estávamos lá, tinha recém rolado a largada de uma corrida chamada a Rota do Rum, que ia da França ao Caribe. O pôr-do-sol foi um presente pra gente naquele dia. No último dia de estrada vimos as praias do desembarque do Dia D. Fantástico. O memorial da Guerra em Caen foi muito emocionante. Uma das melhores viagens que fiz.



Bélgica

Essa foi uma viagem de ônibus oranizada pela faculdade. Foi legal o clima do ônibus, bagunça, musiquinhas de ônibus em francês, 55 pessoas bombando, tudo muito divertido. Foi um clima de festa durante os 3 dias. A primeira parada foi Lille, bem perto da fronteira França-Bélgica, uma cidade bem industrial, mas bem simpática. Parece bem boa para se viver.

Depois, fomos a Bruges e Bruxelas. Bruges, é uma cidade dos sonhos. Totalmente turística, é bonitinha, cheia de segredos, ótimas lojas e chocolates. Adorei Bruxelas também. Uma cidade bem grande e comercial. Acho que me senti mais em casa. Muita arte nas ruas, criatividade e organização. Fomos no museu de história em quadrinhos, vimos o Tin Tin por tudo e foi muito legal. Foi a minha preferida na Bélgica.

Essa também foi uma viagem cheia de surpresas. Foi a 1ª vez que vi pedintes nas sinaleiras aqui na Europa, na entrada de Lille. Outra surpresa foi que em Osteende, cidade costeira onde dormimos, sofri o primeiro preconceito contra estrangeiros. Quando saímos de noite, com ajuda da Nicole, que fala holandês, conseguimos entrar num clube muito legal. Depois, de um tempo, saímos e tentamos entrar mais uma vez, só acompanhados de outros Erasmus. Fomos barrados e o segurança disse na nossa cara: "é porque vocês são estrangeiros." E ainda apontou a bandeira alemã no casaco do Alex, que estava no grupo.

E a última surpresa foi que assistimos um homem agredindo a sua mulher no meio da rua. em Bruxelas. Era uma mulher muçulmana, por causa do véu, e ele a deu um tapa no meio de uma discussão. Todos os Erasmus estavam caminhando perto da cena e ficaram abismados. Ela chegou a cair no chão e começou a chorar. Foi uma cena MUITO forte, que me fez pensar em milhares de questões sobre diferenças culturais e tolerância nesse mundo.


Nessa semana aconteceu um dos eventos mais importantes desde que cheguei: a primeira nevada. Foi demais! Primeira vez que vi neve. Na vida. Teve um gosto especial de conto de natal. Na quinta-feira, acordei pelas 9h30, não abri a janela do meu quarto e fui em direção à cozinha. Chegando na sala, olhei pela janela. Nossa. Foi como num sonho. Fiquei uns 5min parado, só olhando pra rua e vendo o espetáculo.



Eu e o Mário, que mora comigo, fizemos umas bolas de neve e brincamos um pouco como crianças, mas não estava tão frio e a neve estava derretendo rápido. Mas foi mágico. Ainda quero realizar o sonho de fazer um boneco de neve, mas acho que isso só vai rolar em janeiro. Coloquei mais algumas fotos da neve no Picasa.

Agora, a temperatura que andava na casa dos 8-10ºC, agora anda na casa dos 3-5ºC. Por exemplo: agora, 16h17 de sábado está 1ºC lá fora e um pouco da neve da semana ainda resta congelada nos telhados e parques de Troyes.

Boa semana!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

London called me

Olá. Depois de 10 dias sem post, venho falar da minha viagem à Londres que aconteceu do dia 5 a 9 de novembro, logo depois do meu aniversário.

Simplesmente, é provavelmente a cidade mais fantástica que já visitei.
Eu e o Giuliano, brasileiro, meu parceiro de viagens, ficamos simplesmente abismados. A cidade respira inovação, criatividade, tecnologia e bom gosto. Muito legal mesmo. Me senti em um lugar onde tudo de mais novo está acontecendo.



Quando chegamos, chovia e segundo a previsão, seria um fim de semana terrível. Tivemos sorte que erraram feio.

Foi uma experiência ótima viver durante 4 dias em um país English speaking. Foi super tranquilo e agradável dar um break no francês. O engraçado é que ouvíamos francês bem seguidamente pelas ruas. E toda vez era como se ouvíssemos algo familiar. Sempre ouvimos por aqui que os franceses não gostam de ingleses, mas pelo jeito não é verdade. Acho que eles não gostam é de falar inglês.

Começamos nosso sightseeing fazendo o Free Tour a pé de Londres bem legal. Deu pra conhecer o centro e mais umas pessoas no tour, além da bela guia de Windsor. Por lá, descobrimos que ir rolar um Pub Crawl na sexta à noite. Pensamos: por que não?

Acabamos indo em 4 pubs, alguns misturados com clubes. Bem legais, mas nada de mais. O que valeu mesmo foi que em cada pub rolava um shot diferente. No final, todos estavam aquecidos para a noitada final no Ministry of Sound, uma das baladas mais famosas de Londes e uma dos clubes de música eletrônica internacionalmente conhecidos.

O lugar é realmente animal. Tecnologia e design extremos, mas a festa não estava TÃO boa. Conhecemos uns outros brasileiros que estavam fazendo o pub crawl e foi divertido. O ponto alto foi que com a pulseira azul do pub crawl conseguimos entrar, por descuido do segurança gigante, na área VIP. É sério. Foi genial. Era muita extravagância. Ficamos 1h30 curtindo o clube de cima da pista, como ricaços londrinos.

Outro ponto alto da viagem foi a volta por Bricklane Market e Camden Town no domingo. Bricklane market é um mercado a céu aberto genial. Existem bancas e lojinhas de todo mundo. Se vende tudo na rua, como se fosse camelô mesmo.





Passei também por várias lojas e feiras de roupas vintage. Tinha várias barbadas. Comprei um sobretudo fantástico por uns trocados comparado com o Brasil. Almoçamos num galpão onde tinham várias banquinhas com comidas do mundo inteiro. Jamaica, Nigéria, Sri Lanka e é claro Mexicana e Chinesa, entre outras malucas. Tinha até brasileira, com feijão, negrinho, branquinho e guaraná. Escolhemos a de Cingapura. Maravilha! E tudo isso ao som de um casal cantando à capela acompanhados por um baixo.



E para fechar a melhor viagem até agora, fomos num show recomendado pelo Gus, outro australiano que nos acompanhou na viagem. Foi animal! Foi num porão chamado The Social, onde 3 artistas independentes muito bons se apresentaram. Emocionante. As fotos do show o Giuliano ainda me deve. A quem interessar, o nome dos artistas:

Liz Lawrence
Michael Kiwanuka
Alex Winston

Coloquei as fotos aqui no Picasa, como sempre. Também postei aqui as fotos da minha festa de aniversário em Troyes. Festão!

Em breve, post sobre meu aniversário e mais fotos da viagem da Bélgica e Normandia.

Fui!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Troyes às 18h17



Pelo menos estou mais próximo do Brasil.
Agora, a diferença é de 3 horas.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Paris e 2 meses

Olá galera,

Desculpa pela falta de posts na semana passada, mas é que eu estava meio doente e foi uma correria de novo. Estava e estou preparando as minhas viagens de novembro, já que tenho bastante tempo livre.

Escrevo esse post a poucos minutos do meu aniversário, segundo o horário francês, num momente bem introspectivo. Primeiro aniversário que passarei realmente longe da minha família. E também um momento de reflexão, já que fazem 2 meses que deixei o Brasil.

No fim-de-semana do dia 22 e 23 fui para Paris finalmente. Já tinha passado pela cidade luz algumas vezes, mas nunca tinha parado para olhar. Foi fantástico.

Foi uma viagem meio de última hora, já que eu tinha planejado com os meus amigos brasileiros de ir para a Normandia de carro nesse fim de semana. Acabamos adiando por causa da greve e os impactos nos postos de gasolina. Ia ser mais difícil e no outro findi teríamos 1 dia a mais de viagem.

Assim que decidirmos adiar na sexta-feira, fui na estação de trem de Troyes, lotada de estudantes voltando pra casa para o fim de semana, comprar a minha passagem. Com a greve, era melhor comprar no dia anterior mesmo, já que a confirmação dos horários do dia seguinte saía às 17h do dia anterior.

Comprei para o trem das 7h04. Com a redução dos trens, era a única alternativas para chegar cedo em Paris. Meus companheiros de viagem, Vini e Melina, da AIESEC em Porto Alegre, que estão fazendo intercâmbio na Polônia e em Portugal, respectivamente, me esperavam lá.



Nos encontramos na Torre Eiffel no primeiro dia para começar o sightseeing. Fizemos em 2 dias parte do roteiro turístico básico de Paris: Sacre Coeur, Notre Dame, Louvre (3h), Quartier Latin, La Defense e outras coisas assim.

A cidade é realmente deslumbrante. O centro, o bairro de Montmartre, onde era o meu hostel, ea beira do Sena são partes obrigatórias e muito românticas de Paris. As 12 linhas de metrô funcionam extremamente bem e ajudam muito os turistas. Deu para entender porque essa cidade é uma das mais amadas e visitadas do mundo.

Os pontos altos da viagem foram o vinho com baguette com a Melina depois do Louvre, assistindo a manifestação de motos; a festa muito louca que fiz e a volta no primeiro metrô cs 5h30 com amigos internacionais relâmpago que conheci no hostel; e os momentos finais assitindo o pôr-do-sol e a iluminação da Torre Eiffel. Muito emocionante.



Podem olhar no meu Picasa o restante das fotos de Paris, as fotos de Reims e em breve da viagem para a Normandia.

Agora temos pela frente mais posts sobre as viagens de novembro: Normandia e Saint Malo (a road trip maluca que fiz com os brasileiros nesse último fim de semana), Londres e Bélgica.

Fui que aqui já é meu aniversário, amanhã tenho aulas o dia todo e festa de noite!
:D

terça-feira, 19 de outubro de 2010

C'est la grève!

Como todos devem estar acompanhando, a França está fervendo.


Troyes


E tudo por causa da reforma da previdência que o governo Sarkozy está tentando passar desesperadamente. A medida mais importante dessa reforma é a mudança da idade mínima de aposentadoria. Atualmente, a idade é 60 anos e com a nova reforma passará para 62. E o povo, principalmente a CGT (a central sindical francesa), está revoltado porque acha que parar com 62 é trabalhar demais. Outro ponto da reforma fala sobre que os reajustes das pensões serão mais espaçados.

Por tudo isso, milhões de pessoas estão nas ruas. Só hoje, foram 3,5 milhões de pessoas nas ruas, segundo a CGT. Aqui tem informações sobre o número de participantes em protestos em várias cidades. Troyes não aparece no dia de hoje (19/10), mas foram em torno de 5 mil. Em Paris, 330 mil.


Paris

Os maiores problemas causados pela paralização são a redução dos trens intercidades e TGV pela metade e 1/3 em alguns dias. Em Paris, o metrô também anda reduzido. Mas o principal problema é a falta de combustível. Já vi várias e várias fotos de filas de carros procurando gasolina. Aqui em Troyes também está assim. Isso porque todas as 12 refinarias do país estão paradas há mais de uma semana. Outro medo que se têm é o desabastecimento do aeroporto Charles de Gaulle, que pode causar um belo stress no tráfego aéreo europeu.



Não quero entrar muito em questões políticas aqui, mas acho essa medida bem razoável. As finanças do país não vão nadíssima bem e boa parte da União Européia tem idades mínimas de aposentadoria acima de 64 anos. Não vejo motivo para tanta revolta.


Paris
Mesmo assim, admiro muito, e muito mesmo, como as pessoas são politizadas por aqui. Em Troyes, já vi várias pequenas manifestações em frente à prefeitura. Mesmo com 40, 50 pessoas. Se as pessoas estão descontentes, elas simplesmente agem. Esse ativismo, no sentido de ser ativo e não passivo com as ações do governo, deve ser muito reconhecido. Admiro de verdade.

Hoje, dia 19 de outubro, marcou o sexto dia de grande manifestações. Já assisti duas vezes o povo nas ruas aqui em Troyes. Duas coisas me chamaram bastante a atenção:

a) Interessante ver que há uma grande participação de jovens, mesmo não se tratando de uma questão que os impacta diretamente. Ou seja, todos são politizados, dos mais jovens aos aposentados. Li uma reportagem hoje no Le Monde que nas manifestações do dia 19 houve uma participação massiva de lycéens, ou seja, alunos de segundo grau. Isso é fantástico!

b) Os protestos foram levados sem violência. Bastante barulho, gritaria (principalmente da ala dos jovens socialistas) e discursos. Mas sem violência. Sei que em Paris e Lyon aconteceram confrontos entre polícia e estudantes, mas aqui em Troyes foi tranquilo.

Infelizmente, nas duas vezes, eu estava sem a minha câmera e não consegui registrar o momento. Vou deixar vocês com algumas fotos e vídeos das manifestações país afora.

Vídeo, Vídeo, Vídeo

Para finalizar, hoje, escutei uma frase interessante de um médico francês (c'est pas grave) que me disse:
- Vocês tem tantas manifestações assim no Brasil?
- Temos, mas não tantas.
- É, somos campeões do mundo em greve. É uma minoria que discorda, mas faz bastante barulho.

domingo, 10 de outubro de 2010

Reims

Nesse último fim de semana fui, com excursão da escola, à Reims, cidade mais conhecida da região de Champagne. Inicialmente, era pra ser só uma day-trip, mas eu e o Giuliano, amigo brasileiro, decidimos dormir por lá e aproveitar a vida noturna da cidade e ainda ter parte do domingo para fechar com sightseeing.

O clima e o estilo da cidade lembram muito Troyes, porque as duas compartilham a mesma cultura, estão na mesma região e tem idades semelhantes, ambas pré-medievais. Só que Reims é maior. Por isso, me senti mais à vontade por lá. Acho que quando eu voltar para Porto Alegre vou me sentir em Sampa, perto dessas cidades daqui.

Duas coisas que são fundamentais da cidade são: a Notre-Dame de Reims e as caves de Champagne.

A Catedral é SENSACIONAL. Já vi vários comentários e opiniões dizendo que Sacre Coeur e Notre Dame de Paris são fichinha perto dessa Catedral. Talvez. Ainda não posso fazer a prova real. Vou deixar os leitores julgarem, já que eu ainda não fiz a prova real.



Visitei duas caves de Champagne em experiências muito legais: Pomery e Mumm. Preferi a segunda. Interessante ver a história dessas empresas e empreendedores de 200 anos e como a variável tradição ainda está presente por todos os lados nas caves. Também fiquei pensando sobre como a produção do Champagne começou tão artesanalmente e hoje é uma das bebidas mais conhecidas no mundo, trazendo imensos faturamentos, usando máquinas de alta tecnologia e levando a imagem da França por todo o mundo. Mesmo com todas essas impressões, achei que eu ia ver mais luxo nesses lugares. Na Pomery, tem arte por todo lado na cave. Chega a ser excessivo, mas não extravagante. Mas fiquei maravilhado mesmo é com o sabor das champagnes e com o savoir-faire complexíssimo.

Mas digo a vocês: obviamente a qualidade do produto, o volume, a tecnologia e o conhecimento utilizados não podem ser comparadas, mas serviço ao cliente e a qualidade das visitas de Bento Gonçalves não ficam tão atrás das de Champagne. É sério. E não, não estou sendo bairrista.

Ficamos num hotel 2 estrelas a 4km do centro da cidade. Foi punk porque o sistema de ônibus só vai até as 21h. Depois disso, só operam algumas linhas, mas não a nossa. No sábado, devemos ter caminhado pelo menos uns 15km. Mas foi legal me refrescar e falar sobre o Brasil e sobre mulheres no centro de Reims com uma Duvel e uma cerveja de mojito.

Enfim, uma boa viagem. Recomendo muito essa cidade mega histórica. Além de um sightseeing muito legal, tem bastante gastronomia, as caves de champagne e respira história: todos os reis da França foram coroados em Reims e o acordo da rendição da Alemanha na 2ª Guerra também foi assinado lá.

Gostei tanto que talvez eu volte para visitar a Veuve Cliquot e conhecer os vinhedos. E de souvenir, levei uma Pomery para o meu aniversário.

Depois de quase 4h de trem, de volta a Troyes (por um motivo bizarro, o trem vai antes para Paris). Vou dormir que já são 2h20 por aqui. Até a próxima.

domingo, 3 de outubro de 2010

Um mês

Ontem, fez 1 mês que eu estou na França. Às vezes parece mais, às vezes menos. Estranha sensação.

De modo geral, antes da viagem, na terceira semana e mais ainda nesta semana depois da viagem, a experiência fora do país está se consolidando. Fiz meu exame e acabaram as aulas intensivas de Francês. Que bom, porque eu não estava mais agüentando aquele método.

Depois da volta de viagem, e agora que já faz um mês que cheguei, estou começando a entrar numa rotina. Não uma rotina rígida porque afinal a cada semana terei um horário diferente, mas pelo menos uma vida com mais estabilidade. Acho que isso vai ser bom.

No dia 30, voltei a ter aulas de francês, com a mesma professora. Chegando lá, recebi meu exame. Tirei 16. Sim, eles dão a nota sobre 20. Coisas bizarras da França. Logo depois, ela disse que quatro pessoas ficaram com B, como se fosse 8 a 9 no Brasil, e que essas pessoas poderia subir para o nível Intermediário 2. E eu fui uma delas!

Fiquei MUITO feliz! A nova professora é mais louca, mais divertida e a aula é focada na comunicação. Chega de exercícios longos e cansativos. Agora voltou a minha vontade de aprender Francês. Fiquei muito feliz que estou avançando rápido no idioma. Nos últimos dias tenho saído com franceses e todos elogiam o meu sotaque e ficam impressionados com a minha velocidade de aprendizado. Claro que existe um pouco de exagero, mas mesmo assim é bom para manter a auto-estima.

E ontem, comprei meu violão. Estou realizado. É um Yamaha dos mais simples e não foi tão barato como eu planejava, mas é um bom violão. Já toquei bastante e deu para matar um pouco da vontade acumulada. No Brasil, eu tocava praticamente todos os dias e vou ver se volto à minha forma de antes da viagem. Hehe

Hoje, depois de fazer umas tarefas da casa e ler umas coisas para a faculdade, vou na casa do Bernard, meu vizinho brasileiro (carioca) tocar um Los Hermanos.

Até o próximo post.

sábado, 2 de outubro de 2010

França - Portugal 2

Hoje, vou dar a minha impressão sobre as cidades que passei em Portugal.

Porto
é uma cidade lindíssima. As suas cinco pontes tornam um passeio pela beira do Rio Douro, seja de barco ou caminhando, um dos seus “pontos turísticos” mais interessantes. Um passeio pelo bairro da Ribeira, que fica perto da margem é uma ótima pedida para quem quer sair um pouco de perto da turistada e sentir um pouco do jeito de viver português.

A Igreja de São Francisco também é imperdível. Uma das mais lindas que já vi. Além disso, tem o Vinho do Porto (visitei as caves e bebi bastante já que não pude levar) e a Francesinha (um prato típico da cidade. Foto aqui).

Fiquei num Hostel sensacional. Rivoli Cinema Hostel, com quartos temáticos de filmes (fiquei no quarto Ensaio Sobre a Cegueira), um bom café da manhã e uma atmosfera muito agradável e um dos mais bem avaliados do Hostel World. Por lá, conheci um pessoal bem legal, que me fez companhia para o sightseeing. Viajar sozinho também é interessante.

Coimbra é uma cidade jovem. A cidade respira o espírito universitário e se não fosse a Universidade acho que seria um saco. Recomendo passar um dia nessa cidade, se quiseres saber bastante sobre a história de Portugal e de uma das primeiras Universidades da Europa. Eu achei bem legal.

Por último, Lisboa, a capital. Foi uma experiência bem diferente de Porto porque dessa vez fiquei na casa da Melina, minha amiga da AIESEC Porto Alegre que está fazendo intercâmbio por lá. “Pena” que ela estava na Oktoberfest e não pôde me mostrar a cidade. Mas essa tarefa foi cumprida pela Joana, que é lisboeta e foi trainee em Porto Alegre. Agradeço muito as duas pela recepção! :D

Lisboa é sensacional. Tem muitas coisas para ver e tem cara de cidade grande, mesmo sendo menor que Porto Alegre. Me chamou atenção o sistema de transporte público. Além de um tramway, o elétrico, e um sistema de ônibus bem pensado, os autocarros, Lisboa têm quatro linhas de metrô, que eles chamam de metro (sim, como a unidade de medida).

Também existem várias referências a Fernando Pessoa, que eu adoro, e tem o óbvio bairro de Belém, que é lindo. Mas acho o mais interessante foi o bairro Alfama, onde acontecem apresentações de fado e dá para se perder pelas ruelas ladeira abaixo, descobrindo mais sobre como é viver em Lisboa.

Bizarro foi o modo como me abordaram para tentar vender drogas. Era só eu passar por algum espaço público, às vezes mesmo antes do sol se pôr e eu começava a ouvir de caras com caras de estrangeiros que diziam “hash, hash, weed” abertamente. Nunca vi nada parecido no Brasil.

Foi uma ótima viagem, conheci muita gente legal e valeu a pena também para falar português e rir um pouco das diferenças Brasil-Portugal.

Vou colocar agora algumas fotos no Picasa, só as do último dia que fui para Sintra, na serra de Portugal, onde existem dois castelos fantásticos. Tive um problema com o resto das fotos, mas assim que eu for recuperando-as eu posto lá.

Até a próxima!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

França - Portugal 1

Olá a todos!

Desculpa pelo tempão sem posts, mas é que na última semana, a de número 4, eu fiz a primeira viagem da minha temporada na Europa. Fui a Portugal. Apareceu um grande furo no meu calendário de aulas e aproveitei para fazer a viagem mais longa agora.

Foi uma semana longe da França. Fiquei 2 dias e meio em Porto, 1 em Coimbra e 4 em Lisboa. Comecei a escrever esse post no trem a caminho do aeroporto Charles de Gaulle.

Estava sensacional! Nunca esperei que ia gostar tanto de Portugal. Contei essa impressão para várias pessoas, mas vou repetir aqui: sempre que se ouve falar da Europa Ocidental, aparecem França, Alemanha, Itália, Espanha, Holanda, etc. Mas nunca aparece Portugal.

Por quê?

Com certeza os portugueses vendem muito mal seu país. É certamente o país mais barato da Europa Ocidental, é muito diverso e lindo e tem um lado cultural bem distinto. O interessante é que, mesmo vendendo mal, o turismo é fundamental para a economia lusa. Talvez essa minha visão seja um ponto de vista culturalmente distorcido de um brasileiro. Talvez os portugueses vendam mal para o Brasil. Sei lá...

Mas eles são um povo bem hospitaleiro, que às vezes parecem meio rudes, mas é só o jeito meio expansivo deles se expressarem. E também eles não sabem dar informação. Mesmo. heheh

Amanhã, vou postar um pouco sobre cada cidade, dando uma visão geral, sem entrar muito nos pontos turísticos óbvios, que podem ser encontrados em qualquer Lonely Planet da vida.

See ya.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Aulas de verdade: Desenvolvimento Sustentável?

Na sexta-feira passada, tive minha primeira aula de verdade. De verdade que digo é de gestão e não de francês, como estou tendo até agora, que, aliás, estão muito puxadas. Falei com muita gente e ninguém tem tantas atividades quanto a minha classe. O estilo da aula é muito chato e cansativo, com pouca conversação. Fazemos exercícios e os corrigimos. A aula é isso repetido ad eternum. De vez em quando, escutamos um diálogo e francês. E só. Quase durmo todo o dia na aula...

Voltando à aula de verdade, foi da cadeira de Desenvolvimento Sustentável. Temos um professor americano, que parece ser muito bom. Ele dá aula em diversas Business Schools francesas e americanas, incluindo a ESC Troyes e tem uma empresa de consultoria em sustentabilidade sediada em Paris. O professor tem um ritmo próprio, meio lento para mim, mas mesmo assim interessante. Achei interessante ele incentivar a participação dos alunos com 20% da média final.

A turma tem uns 25 alunos, sendo que na primeira aula só foram 18. Bem menos do que estou acostumado na UFRGS. A aula foi muito bem. Como já tenho um conhecimento acumulado sobre o tema, houve bastante repetição, mas acho que a cadeira vai acrescentar algo. Temos que fazer a análise de uma questão pública ou uma empresa relacionada ao desenvolvimento sustentável. Vou fazer sobre algo no Brasil, mas ainda não sei sobre o que exatamente.

O que dificulta são os colegas. 50% são estudantes internacionais e 50% são franceses, nessa cadeira. Além de atrasar a aula com seu inglês fraquíssimo (não vou falar muito disso porque meu francês também não é o bixo e sou eu que estou na França), foi interessante ver que os franceses realmente não dão a mínima para as mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável.

O professor indagou os alunos franceses sobre o porquê de a Alemanha já ter feito ações de mitigação às mudanças climáticas e a França não ter movido uma palha. Na verdade moveu, mas a palha voltou ao lugar. Segundo o professor, culpa da famosa burocracia francesa. Também aconteceu uma rápida enquete sobre quem acreditava em mudanças climáticas. E aconteceram poucas respostas positivas. Dá pra notar essa atitude pelo número de carros em Troyes.

Interessante notar essas quebras de estereótipos culturais. Eu realmente pensava que os franceses se importavam um pouco mais com o meio ambiente.

Eu, pelo menos estou começando a fazer a minha parte: convenci a galera a separar o lixo do apartamento. Aos poucos, mudando cabeças.

domingo, 12 de setembro de 2010

Morar sozinho

Uma das coisas que mais estou aprendendo até agora com essa viagem é com certeza a questão de morar sozinho. Não estou morando totalmente sozinho, mas mesmo assim tenho que cuidar de várias coisas que eu não tinha a mínima idéia no Brasil.

Fazer comida está sendo legal. Eu comecei a pegar gosto pela cozinha muito por causa do meu pai e do meu irmão, que adoram cozinhar. Estou adorando. Já fiz refeições muitos boas. Steak de frango recheado com queijo (esse compramos meio pronto) com brócolis. E no outro dia fizemos batatas grelhadas com cebola e salsicha com pão francês. Nota 10. Foi uma das melhores salsichas que já comi. Talvez por que fui eu que fiz.

Ainda estou pegando as manhas de fazer compras baratas, práticas e saudáveis (BEM difícil), mas isso tem me tomado muito tempo. Principalmente porque temos que fazer pequenas compras. Não temos carro para fazer grandes ranchos, NE.

A limpeza da casa é outra questão. Lavar a louça toda vez é um saco. Agora lavar o chão e o banheiro é horrível. Estamos sempre procrastinando ao máximo essa tarefa. Principalmente a segunda. Mas é inevitável.

Mas tem o lado bom também. A liberdade de dormir, acordar, sair, chegar e fazer o que você quiser na hora que deseja é muito legal. Aqui, eu me sinto mais dono da minha vida, da minha existência.
Mesmo assim, tenho saudades da mordomia. heheh

Espero aprender ainda muito mais sobre tudo isso.

sábado, 11 de setembro de 2010

Segunda semana e primeiras aulas na França

Dessa vez não tenho tantas novidades, mas é normal. A vida está ficando um pouco mais estável por aqui. No início, é tudo novo, tudo bonito, tudo diferente. Se a primeira semana foi a de euforia, essa foi a semana da ambientação.

Na segunda-feira passada tive minha primeira aula na França. Aula de francês. Teremos um intensivo de 2 semanas para termos uma boa noção do idioma. Eu estudei três meses com aula particular e fiquei no nível Intermediário 1! Obrigado, Marie, minha professora! E as aulas não estão TÃO difíceis assim. Ainda não conhecia nenhum dos meus colegas de classe, então vai ser legal para fazer novos contatos.

A professora é muito bem treinada e conhece bem os estudantes internacionais e seus erros. Que bom que ela fala inglês, senão seria complicado. A aula é bem clássica e às vezes sonolenta. Fazemos vários (muitos mesmo) exercícios em aula e corrigimos em seguida. E, no meio tempo tem algumas explicações gramaticais. Tem muito trabalho. Descobri que ela é uma das professoras mais exigentes. Achei que iam ser mais folgadas essas aulas de francês. :P

Nesse dia me perdi de novo. Só que dessa vez foi forte. E foi durante o dia. Não sei o que aconteceu. Eu deixei a bike na escola durante o fim de semana porque ela estava com os pneus vazios e muito pesada. Eu simplesmente não consegui achar a avenida que vai no sentido da escola. Perguntei para várias pessoas, sem sucesso. Acabei pegando um bus que me deixou em 5 minutos na frente da escola. Foi uma ótima saída. O bus é carinho (1,30 euros), mas é muito bom. Compensa. É bem pontual e nas paradas têm um mapa completo das linhas e diz quanto tempo falta para chegar. Isso é realmente útil.

Agora, depois de quase 2 semanas que chegamos, estou entendendo a cidade. A princípio não me perco mais em Troyes. Pelo menos no centro da cidade.

Na segunda-feira, também foi o primeiro dia que choveu. Não tinham aparecido nuvens até domingo, mas na segunda choveu. Estava fazendo muito calor mesmo. Espero que não chova tanto, porque é meio complicado pedalar na chuva, chegar molhado na aula e tal. Pelo menos agora está calor. Imagina pegar uma chuva de bicicleta no invernão. Tough.

PS.: Já coloquei as fotos da primeira semana no Picasa!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Fim de Semana em Troyes

O primeiro fim de semana em Troyes foi muito bom, principalmente para poder descansar e fazer coisas para a casa, como limpar tudo, organizar o quarto, fazer um bom rancho. E a melhor festa foi na sexta-feira.

No sábado dormi quase o dia todo por causa da ressaca de sexta e tirei o dia para comprar meu celular francês e para ficar um pouco em casa, na internet, matando a saudade da família e do país, que já começou a aparecer. Também fiz o tour a pé com os outros estudantes internacionais pelo centro da cidade. Conhecemos a biblioteca de Troyes (FANTÁSTICA!), o teatro, a casa de concertos, alguns monumentos, a FNAC, alguns bares legais nas ruas medievais e a menor rua da cidade, que é realmente muito estreita. De noite, teve outra noite forte com concentração na casa das holandesas e com mais uns alemães, os mexicanos e os espanhóis. Foi bem legal.

No domingão também acordei bem tarde depois de todo o vinho da noite anterior, fiz um omelete e sai pra caminhar pela cidade para não se perder de novo. Aos domingos, tudo fecha por aqui, menos os bares. Fecha tudo mesmo. Até os supermercados. Alguns ficam abertos de manhã. E só. Foi um dia legal para pegar leve, conhecer lugares diferentes da cidade.

Vou ver se posto as fotos hoje. Todas elas. :D

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Primeira Semana

Nos primeiros dias na escola tivemos várias introduções sobre como será a nossa vida nos próximos 6 meses. Rolou um inglês très bizarre falado pelos franceses. Foi a primeira vez que vi todos os estudantes internacionais que estão por aqui. No total são 230. Já conheci muita gente de vários países e culturas e isso é demais. Já estou bem acostumado com esse clima internacional devido à AIESEC, mas mesmo assim é muito agradável. Fico trocando toda hora de idioma: inglês, português, espanhol e francês. Demais.

A escola é bem nova e com uma arquitetura moderna, enxuta, sem muitos andares. É legal que tem academia, quadra de esportes e o Kfête, um café bem cool mantido pelos estudantes (eles vendem até cerveja na escola!).

Na primeira semana foi difícil me adaptar aos horários daqui e a quantidade de festas da primeira semana não ajudou.

Além das festas, na primeira semana também:

- Consegui minha bicicleta e agora a minha casa ficou “mais perto”, uns 15min de bike – por enquanto. Bem tranqüilo. Pedalar é um ótimo jeito bom de começar o dia.

- Caminhei MUITO todos os dias, tipo uns 5km por dia ou mais, pela cidade para conhecer os lugares, as lojas, supermercados, etc. Enfim, fiz tudo a pé.

- Fiz meu primeiro rancho no supermercado para sobrevivência. Conta: 50 euros. Mas comprei várias coisas gostosas e práticas para quem mora sozinho. Comentário especial para o Camembert, os vinhos maravilhosos e o chocolate baratíssimo.

- Me perdi pela primeira vez. É bem complicado se achar porque as ruas medievais do centro enganam MUITO.

E acho que foi isso.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Diarios de Bordo II

Nesse post vou terminar de contar a história da viagem e falar um pouco dos primeiros dias. Desculpa pelo atraso das infos, mas é que tá complicado o esquema por aqui.

Na primeira noite, dormimos no chão do apartamento da Flávia, colega brasileira que conseguiu suas chaves. Mas antes fizemos um ravióli enlatado no microondas: no capricho. Dormimos umas 10h depois de todo o stress e fomos até a escola no outro dia.

Aqui, de noite faz frio, mesmo no verão. Mas durante o dia chega a fazer 25 graus ou mais. E o clima é bastante seco então dá muita sede.

No segundo dia consegui chegar no meu apartamento. É no andar térreo de um novo complexo de dormitórios de estudantes construído pela cidade chamado Troyes Habitat. São uns 20 apartamentos todos novos divididos em 3 quartos. Muitos deles estavam vazios, mas agora está chegando mais gente da nova leva de estudantes em Troyes. Vou colocar umas fotos da casa em breve.

O bom de ser novo é que não vamos ter problemas com mofo, encanamentos e outras coisas complicadas de casas antigas européias. Mas o problema é que não tem várias coisas que as pessoas vão deixando, como copos, lençóis, panos, material de limpeza. Está TUDO vazio.
Estou vivendo com 2 mexicanos muito legais. Aqui perto moram uns espanhóis, 2 chineses, 3 holandesas e mais alguns que não conheço.

Desde o primeiro dia rolou festa. MUITA festa. Fomos ao Quartier Latin, um clube de música latina. Bem lotado de estudantes internacionais, mas é estranho porque parece meio fake. Nessa semana teve uma programação especial de boas vindas com festas todos os dias para integração. A cidade tem alguns bares muito legais, mas o lugar mais louco que fui foi o Cotton Club, que fica no subterrâneo e tem o piso iluminado com neon. Toca praticamente só música eletrônica, principalmente house. É bom pra festa, mas é cansativo. Mas a companhia de vários Erasmus e a emoção do momento deixaram tudo mais legal.

domingo, 5 de setembro de 2010

Diários de Bordo I

Cheguei na França!

Esse post demorou um pouco para sair, mas os primeiros dias aqui foram bastante movimentados e estressantes e eu apenas consegui uma conexão estável de internet agora, na escola. Estou tentando colocar na minha casa, mas as opções são escassas. Hoje, também comprei meu celular francês da Orange. Funcionou perfeitamente no meu celular desbloqueado.

Primeiro, vou contar um pouco da viagem.

Saímos - eu, Flávia e Giuliano – de Porto Alegre no horário, com um vôo tranqüilo e bem pontual. Chegando a São Paulo, recebo uma mensagem do meu pai avisando que o vôo atrasou. Quando fomos checar o horário, ficamos apavorados: 4 horas de atraso. Ao invés de sair às 19h05, o vôo da KLM para Amsterdam saiu às 23h15 ou mais. O problema foi ficar 3h na fila do check-in. Foi um começo difícil. Pelo menos a KLM pagou nossa janta em Guarulhos.

O problema é que com todo esse atraso, a nossa conexão para Paris também mudou. Ao invés de chegarmos às 13h30, chegaríamos às 20h15. Tínhamos reservado um transfer que nos levaria até Troyes, que é mais ou menos uns 200km de Paris. Tentamos avisar o professor Nique, que fez a reserva, para avisá-los do nosso atraso.

Chegando no ótimo aeroporto de Amsterdam já fizemos umas compras nos fantásticos duty-free de lá e fomos para o nosso portão de embarque. Tudo normal. Foi interessante começar a ouvir tudo em francês e ler o Le Monde na viagem.

Chegando em Paris, notamos que não havia ninguém nos esperando. Com nossos celulares brasileiros não conseguimos falar com ninguém e a internet no Charles de Gaulle era paga. Decidimos pedir para o pessoal da Air France ligar para o transfer. Depois de um pouco de persistência e mímica conseguimos falar com alguém de Troyes, que nos avisou que o transfer não viria mais.

E agora? Podíamos pegar o trem, mas tínhamos MUITAS malas e o último partia às 21h e não iria dar tempo. Dormir no aeroporto e pegar o transfer de manhã? Perguntamos para os taxis dali se faziam um preço camarada para nos levar até Troyes. Não era tão camarada, mas íamos conseguir dormir em nossas casas.

Pegamos o taxi. Foi uma dor no bolso. Uma GRANDE dor no bolso. Mas pelo menos era um Mercedes Classe E, que foi lotado e deu para descansar e aproveitar a paisagem noturna francesa. Fiquei batendo um papo com o motorista, o Thierry, um gordinho francês bem simpático que não largava o seu iPhone e seu GPS. Durante a viagem o GPS se perdeu e ficamos um tempo até encontrarmos o caminho certo pelas estradas francesas. Pelo menos ele não nos cobrou por isso.

Chegamos em Troyes à meia noite.
Mas vou parar por aqui hoje, mas continuarei a história em breve!!
E também vou colocar algumas fotos no Picasa.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Preparação Parte 4

Parte 4 e Final.
É hoje. O dia 30 chegou.

Agora, perto do almoço, meu coração anda disparado.

Nesses dias derradeiros pensei muito sobre o que vou passar e como vão passar as coisas por aqui. Foi a semana das despedidas. Esse nome - despedida - não é legal, porque afinal tu vai ver todo mundo de novo. Não seria melhor um até logo, ou à bientôt?
Mas acho que esse nome existe porque quando tu voltar, tu será diferente. É uma despedida ao Bruno de agora, pré-intercâmbio.

Tive um momento meio triste no sábado de estar deixando o país e as pessoas que amo, mas acho que isso apareceu também porque já conheço a experiência de ir e voltar. A maioria só tem noção da experiência lá fora. Por isso, me sinto mais preparado.

Obrigado por todos os amigos, de longa e curta data, que compareceram nas minhas despedidas. Valeu mesmo. Eu valorizo muito esses momentos porque pode ser só uma festinha ou cervejada, mas eu me lembrarei das presenças porque pra mim foi importante.

Algumas fotos (quem não apareceu não se sinta triste. Eu sei que você estava lá):



Nos falamos na França!
Au revoir!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Preparação Parte 3

1 semana.

O dia 30 parece uma miragem. Antes, parecia perto: "só" 1 mês de distância. É pouco pra quem planeja essa viagem desde o final de 2009. Agora, que falta uma semana, parece cada vez mais longe. Os dias ficam grandes e a ansiosidade, mesmo que controlada, porque afinal já está tudo bem planejado, às vezes dá as caras e me faz suar, ofegar e pensar no que estou deixando pra trás.

Aliás, acho que esse será um dos grandes desafios: a saudade. Como um bom filho de família super italiana sou muito ligado à família, seja a família mesmo ou a família expandida, como ouvi por aí. Acho que em algum ponto isso vai aparecer e forte.

O frio talvez atrapalhe um pouco também. Adoro o inverno, mas meu corpo não. Pelo menos estou indo bem preparado caso a danada da Asma resolva aparecer. Estou levando um puta coquetel e inclusive traduzi tudo pra não complicar.

Como último grande desafio, acho que a experiência de morar sozinho vai ser dura, mas recompensadora. Como disse antes, nunca morei muito mais do que 2 semanas fora de casa. Vai ser uma aventura.

Sobre a preparação em si, tenho estudado bastante sobre a França e suas regiões, com guias e revistas e DVDs. Também dei um intensivo no Francês nesses dias derradeiros. Agradeço ao amigo Zandoná pelos materiais. E aquela checklist: acabou-se.

Agora falta pouco. A mala inclusive já está para fora. Fica lá num canto do quarto, só espreitando a hora de ser arrumada...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Preparação Parte 2

Faltam 2 semanas.
E nesse outro post sobre a minha preparação vou falar um pouco das minhas expectativas e sentimentos pré-viagem.

Estou mega ansioso. Esse último mês tem sido bem estranho, com despedidas, vtodo mundo começando o semestre e eu em casa, me preparando, pensando na minha checklist de tarefas para fazer antes da viagem, sem parar de sonhar no dia 30. Todo esse tempo em casa, depois de muito tempo de correria estágio+faculdade+outros projetos, também tem tornado esse período bastante introspectivo. Isso ainda foi "agravado" pela minha extração de mais um ciso, que me forçou a ficar mais uns dias de cama.

Foi legal para pensar melhor sobre o que vou passar, me preparar psicologicamente também para os desafios e choques e saudades que vou enfrentar sem nunca ter morado longe de casa por mais do que algumas semanas.

Fora isso, no sábado, rolou a minha despedida. Foi uma festança que fiz com mais uma galera da AIESEC que está de aniversário neste mês ou que também vai viajar.

Foi bem divertido e bom para aliviar um pouco as tensões, apesar de umas ausências importantes. Lá, falei bastante com o André Fauth, meu colega da AIESEC (Quem não sabe o que é isso, pode ter mais informações aqui. Provavelmente vou citar muito.) que viveu na França durante 1 ano e me deu várias dicas sobre a vida por lá. Ainda tenho que pegar mais umas dicas legais com outras pessoas que já passaram por isso, como meu amigo e colega Igor.

E ainda fazer um café com as pessoas que vão comigo, para nos conhecermos melhor e alinhar as expectativas e conhecimentos.

A checklist está no final, assim como meu período em Porto Alegre. Vou ver se consigo visitar lugares que gosto e ver pessoas legais que me fazem bem nessas minhas últimas semanas antes da viagem.

No mais, me sinto bem preparado. Ainda mais como um alumnus da AIESEC, que já viu várias pessoas na mesma situação, indo e vindo, de e para Porto Alegre. Faltam 2 semanas e me sinto pronto.

Fora o francês, mas isso já é outra história.

Espero que tenham gostado do post. No próximo vou falar um pouco de como foram minhas despedidas e quais são meus anseios.
Até!