quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Paris e 2 meses

Olá galera,

Desculpa pela falta de posts na semana passada, mas é que eu estava meio doente e foi uma correria de novo. Estava e estou preparando as minhas viagens de novembro, já que tenho bastante tempo livre.

Escrevo esse post a poucos minutos do meu aniversário, segundo o horário francês, num momente bem introspectivo. Primeiro aniversário que passarei realmente longe da minha família. E também um momento de reflexão, já que fazem 2 meses que deixei o Brasil.

No fim-de-semana do dia 22 e 23 fui para Paris finalmente. Já tinha passado pela cidade luz algumas vezes, mas nunca tinha parado para olhar. Foi fantástico.

Foi uma viagem meio de última hora, já que eu tinha planejado com os meus amigos brasileiros de ir para a Normandia de carro nesse fim de semana. Acabamos adiando por causa da greve e os impactos nos postos de gasolina. Ia ser mais difícil e no outro findi teríamos 1 dia a mais de viagem.

Assim que decidirmos adiar na sexta-feira, fui na estação de trem de Troyes, lotada de estudantes voltando pra casa para o fim de semana, comprar a minha passagem. Com a greve, era melhor comprar no dia anterior mesmo, já que a confirmação dos horários do dia seguinte saía às 17h do dia anterior.

Comprei para o trem das 7h04. Com a redução dos trens, era a única alternativas para chegar cedo em Paris. Meus companheiros de viagem, Vini e Melina, da AIESEC em Porto Alegre, que estão fazendo intercâmbio na Polônia e em Portugal, respectivamente, me esperavam lá.



Nos encontramos na Torre Eiffel no primeiro dia para começar o sightseeing. Fizemos em 2 dias parte do roteiro turístico básico de Paris: Sacre Coeur, Notre Dame, Louvre (3h), Quartier Latin, La Defense e outras coisas assim.

A cidade é realmente deslumbrante. O centro, o bairro de Montmartre, onde era o meu hostel, ea beira do Sena são partes obrigatórias e muito românticas de Paris. As 12 linhas de metrô funcionam extremamente bem e ajudam muito os turistas. Deu para entender porque essa cidade é uma das mais amadas e visitadas do mundo.

Os pontos altos da viagem foram o vinho com baguette com a Melina depois do Louvre, assistindo a manifestação de motos; a festa muito louca que fiz e a volta no primeiro metrô cs 5h30 com amigos internacionais relâmpago que conheci no hostel; e os momentos finais assitindo o pôr-do-sol e a iluminação da Torre Eiffel. Muito emocionante.



Podem olhar no meu Picasa o restante das fotos de Paris, as fotos de Reims e em breve da viagem para a Normandia.

Agora temos pela frente mais posts sobre as viagens de novembro: Normandia e Saint Malo (a road trip maluca que fiz com os brasileiros nesse último fim de semana), Londres e Bélgica.

Fui que aqui já é meu aniversário, amanhã tenho aulas o dia todo e festa de noite!
:D

terça-feira, 19 de outubro de 2010

C'est la grève!

Como todos devem estar acompanhando, a França está fervendo.


Troyes


E tudo por causa da reforma da previdência que o governo Sarkozy está tentando passar desesperadamente. A medida mais importante dessa reforma é a mudança da idade mínima de aposentadoria. Atualmente, a idade é 60 anos e com a nova reforma passará para 62. E o povo, principalmente a CGT (a central sindical francesa), está revoltado porque acha que parar com 62 é trabalhar demais. Outro ponto da reforma fala sobre que os reajustes das pensões serão mais espaçados.

Por tudo isso, milhões de pessoas estão nas ruas. Só hoje, foram 3,5 milhões de pessoas nas ruas, segundo a CGT. Aqui tem informações sobre o número de participantes em protestos em várias cidades. Troyes não aparece no dia de hoje (19/10), mas foram em torno de 5 mil. Em Paris, 330 mil.


Paris

Os maiores problemas causados pela paralização são a redução dos trens intercidades e TGV pela metade e 1/3 em alguns dias. Em Paris, o metrô também anda reduzido. Mas o principal problema é a falta de combustível. Já vi várias e várias fotos de filas de carros procurando gasolina. Aqui em Troyes também está assim. Isso porque todas as 12 refinarias do país estão paradas há mais de uma semana. Outro medo que se têm é o desabastecimento do aeroporto Charles de Gaulle, que pode causar um belo stress no tráfego aéreo europeu.



Não quero entrar muito em questões políticas aqui, mas acho essa medida bem razoável. As finanças do país não vão nadíssima bem e boa parte da União Européia tem idades mínimas de aposentadoria acima de 64 anos. Não vejo motivo para tanta revolta.


Paris
Mesmo assim, admiro muito, e muito mesmo, como as pessoas são politizadas por aqui. Em Troyes, já vi várias pequenas manifestações em frente à prefeitura. Mesmo com 40, 50 pessoas. Se as pessoas estão descontentes, elas simplesmente agem. Esse ativismo, no sentido de ser ativo e não passivo com as ações do governo, deve ser muito reconhecido. Admiro de verdade.

Hoje, dia 19 de outubro, marcou o sexto dia de grande manifestações. Já assisti duas vezes o povo nas ruas aqui em Troyes. Duas coisas me chamaram bastante a atenção:

a) Interessante ver que há uma grande participação de jovens, mesmo não se tratando de uma questão que os impacta diretamente. Ou seja, todos são politizados, dos mais jovens aos aposentados. Li uma reportagem hoje no Le Monde que nas manifestações do dia 19 houve uma participação massiva de lycéens, ou seja, alunos de segundo grau. Isso é fantástico!

b) Os protestos foram levados sem violência. Bastante barulho, gritaria (principalmente da ala dos jovens socialistas) e discursos. Mas sem violência. Sei que em Paris e Lyon aconteceram confrontos entre polícia e estudantes, mas aqui em Troyes foi tranquilo.

Infelizmente, nas duas vezes, eu estava sem a minha câmera e não consegui registrar o momento. Vou deixar vocês com algumas fotos e vídeos das manifestações país afora.

Vídeo, Vídeo, Vídeo

Para finalizar, hoje, escutei uma frase interessante de um médico francês (c'est pas grave) que me disse:
- Vocês tem tantas manifestações assim no Brasil?
- Temos, mas não tantas.
- É, somos campeões do mundo em greve. É uma minoria que discorda, mas faz bastante barulho.

domingo, 10 de outubro de 2010

Reims

Nesse último fim de semana fui, com excursão da escola, à Reims, cidade mais conhecida da região de Champagne. Inicialmente, era pra ser só uma day-trip, mas eu e o Giuliano, amigo brasileiro, decidimos dormir por lá e aproveitar a vida noturna da cidade e ainda ter parte do domingo para fechar com sightseeing.

O clima e o estilo da cidade lembram muito Troyes, porque as duas compartilham a mesma cultura, estão na mesma região e tem idades semelhantes, ambas pré-medievais. Só que Reims é maior. Por isso, me senti mais à vontade por lá. Acho que quando eu voltar para Porto Alegre vou me sentir em Sampa, perto dessas cidades daqui.

Duas coisas que são fundamentais da cidade são: a Notre-Dame de Reims e as caves de Champagne.

A Catedral é SENSACIONAL. Já vi vários comentários e opiniões dizendo que Sacre Coeur e Notre Dame de Paris são fichinha perto dessa Catedral. Talvez. Ainda não posso fazer a prova real. Vou deixar os leitores julgarem, já que eu ainda não fiz a prova real.



Visitei duas caves de Champagne em experiências muito legais: Pomery e Mumm. Preferi a segunda. Interessante ver a história dessas empresas e empreendedores de 200 anos e como a variável tradição ainda está presente por todos os lados nas caves. Também fiquei pensando sobre como a produção do Champagne começou tão artesanalmente e hoje é uma das bebidas mais conhecidas no mundo, trazendo imensos faturamentos, usando máquinas de alta tecnologia e levando a imagem da França por todo o mundo. Mesmo com todas essas impressões, achei que eu ia ver mais luxo nesses lugares. Na Pomery, tem arte por todo lado na cave. Chega a ser excessivo, mas não extravagante. Mas fiquei maravilhado mesmo é com o sabor das champagnes e com o savoir-faire complexíssimo.

Mas digo a vocês: obviamente a qualidade do produto, o volume, a tecnologia e o conhecimento utilizados não podem ser comparadas, mas serviço ao cliente e a qualidade das visitas de Bento Gonçalves não ficam tão atrás das de Champagne. É sério. E não, não estou sendo bairrista.

Ficamos num hotel 2 estrelas a 4km do centro da cidade. Foi punk porque o sistema de ônibus só vai até as 21h. Depois disso, só operam algumas linhas, mas não a nossa. No sábado, devemos ter caminhado pelo menos uns 15km. Mas foi legal me refrescar e falar sobre o Brasil e sobre mulheres no centro de Reims com uma Duvel e uma cerveja de mojito.

Enfim, uma boa viagem. Recomendo muito essa cidade mega histórica. Além de um sightseeing muito legal, tem bastante gastronomia, as caves de champagne e respira história: todos os reis da França foram coroados em Reims e o acordo da rendição da Alemanha na 2ª Guerra também foi assinado lá.

Gostei tanto que talvez eu volte para visitar a Veuve Cliquot e conhecer os vinhedos. E de souvenir, levei uma Pomery para o meu aniversário.

Depois de quase 4h de trem, de volta a Troyes (por um motivo bizarro, o trem vai antes para Paris). Vou dormir que já são 2h20 por aqui. Até a próxima.

domingo, 3 de outubro de 2010

Um mês

Ontem, fez 1 mês que eu estou na França. Às vezes parece mais, às vezes menos. Estranha sensação.

De modo geral, antes da viagem, na terceira semana e mais ainda nesta semana depois da viagem, a experiência fora do país está se consolidando. Fiz meu exame e acabaram as aulas intensivas de Francês. Que bom, porque eu não estava mais agüentando aquele método.

Depois da volta de viagem, e agora que já faz um mês que cheguei, estou começando a entrar numa rotina. Não uma rotina rígida porque afinal a cada semana terei um horário diferente, mas pelo menos uma vida com mais estabilidade. Acho que isso vai ser bom.

No dia 30, voltei a ter aulas de francês, com a mesma professora. Chegando lá, recebi meu exame. Tirei 16. Sim, eles dão a nota sobre 20. Coisas bizarras da França. Logo depois, ela disse que quatro pessoas ficaram com B, como se fosse 8 a 9 no Brasil, e que essas pessoas poderia subir para o nível Intermediário 2. E eu fui uma delas!

Fiquei MUITO feliz! A nova professora é mais louca, mais divertida e a aula é focada na comunicação. Chega de exercícios longos e cansativos. Agora voltou a minha vontade de aprender Francês. Fiquei muito feliz que estou avançando rápido no idioma. Nos últimos dias tenho saído com franceses e todos elogiam o meu sotaque e ficam impressionados com a minha velocidade de aprendizado. Claro que existe um pouco de exagero, mas mesmo assim é bom para manter a auto-estima.

E ontem, comprei meu violão. Estou realizado. É um Yamaha dos mais simples e não foi tão barato como eu planejava, mas é um bom violão. Já toquei bastante e deu para matar um pouco da vontade acumulada. No Brasil, eu tocava praticamente todos os dias e vou ver se volto à minha forma de antes da viagem. Hehe

Hoje, depois de fazer umas tarefas da casa e ler umas coisas para a faculdade, vou na casa do Bernard, meu vizinho brasileiro (carioca) tocar um Los Hermanos.

Até o próximo post.

sábado, 2 de outubro de 2010

França - Portugal 2

Hoje, vou dar a minha impressão sobre as cidades que passei em Portugal.

Porto
é uma cidade lindíssima. As suas cinco pontes tornam um passeio pela beira do Rio Douro, seja de barco ou caminhando, um dos seus “pontos turísticos” mais interessantes. Um passeio pelo bairro da Ribeira, que fica perto da margem é uma ótima pedida para quem quer sair um pouco de perto da turistada e sentir um pouco do jeito de viver português.

A Igreja de São Francisco também é imperdível. Uma das mais lindas que já vi. Além disso, tem o Vinho do Porto (visitei as caves e bebi bastante já que não pude levar) e a Francesinha (um prato típico da cidade. Foto aqui).

Fiquei num Hostel sensacional. Rivoli Cinema Hostel, com quartos temáticos de filmes (fiquei no quarto Ensaio Sobre a Cegueira), um bom café da manhã e uma atmosfera muito agradável e um dos mais bem avaliados do Hostel World. Por lá, conheci um pessoal bem legal, que me fez companhia para o sightseeing. Viajar sozinho também é interessante.

Coimbra é uma cidade jovem. A cidade respira o espírito universitário e se não fosse a Universidade acho que seria um saco. Recomendo passar um dia nessa cidade, se quiseres saber bastante sobre a história de Portugal e de uma das primeiras Universidades da Europa. Eu achei bem legal.

Por último, Lisboa, a capital. Foi uma experiência bem diferente de Porto porque dessa vez fiquei na casa da Melina, minha amiga da AIESEC Porto Alegre que está fazendo intercâmbio por lá. “Pena” que ela estava na Oktoberfest e não pôde me mostrar a cidade. Mas essa tarefa foi cumprida pela Joana, que é lisboeta e foi trainee em Porto Alegre. Agradeço muito as duas pela recepção! :D

Lisboa é sensacional. Tem muitas coisas para ver e tem cara de cidade grande, mesmo sendo menor que Porto Alegre. Me chamou atenção o sistema de transporte público. Além de um tramway, o elétrico, e um sistema de ônibus bem pensado, os autocarros, Lisboa têm quatro linhas de metrô, que eles chamam de metro (sim, como a unidade de medida).

Também existem várias referências a Fernando Pessoa, que eu adoro, e tem o óbvio bairro de Belém, que é lindo. Mas acho o mais interessante foi o bairro Alfama, onde acontecem apresentações de fado e dá para se perder pelas ruelas ladeira abaixo, descobrindo mais sobre como é viver em Lisboa.

Bizarro foi o modo como me abordaram para tentar vender drogas. Era só eu passar por algum espaço público, às vezes mesmo antes do sol se pôr e eu começava a ouvir de caras com caras de estrangeiros que diziam “hash, hash, weed” abertamente. Nunca vi nada parecido no Brasil.

Foi uma ótima viagem, conheci muita gente legal e valeu a pena também para falar português e rir um pouco das diferenças Brasil-Portugal.

Vou colocar agora algumas fotos no Picasa, só as do último dia que fui para Sintra, na serra de Portugal, onde existem dois castelos fantásticos. Tive um problema com o resto das fotos, mas assim que eu for recuperando-as eu posto lá.

Até a próxima!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

França - Portugal 1

Olá a todos!

Desculpa pelo tempão sem posts, mas é que na última semana, a de número 4, eu fiz a primeira viagem da minha temporada na Europa. Fui a Portugal. Apareceu um grande furo no meu calendário de aulas e aproveitei para fazer a viagem mais longa agora.

Foi uma semana longe da França. Fiquei 2 dias e meio em Porto, 1 em Coimbra e 4 em Lisboa. Comecei a escrever esse post no trem a caminho do aeroporto Charles de Gaulle.

Estava sensacional! Nunca esperei que ia gostar tanto de Portugal. Contei essa impressão para várias pessoas, mas vou repetir aqui: sempre que se ouve falar da Europa Ocidental, aparecem França, Alemanha, Itália, Espanha, Holanda, etc. Mas nunca aparece Portugal.

Por quê?

Com certeza os portugueses vendem muito mal seu país. É certamente o país mais barato da Europa Ocidental, é muito diverso e lindo e tem um lado cultural bem distinto. O interessante é que, mesmo vendendo mal, o turismo é fundamental para a economia lusa. Talvez essa minha visão seja um ponto de vista culturalmente distorcido de um brasileiro. Talvez os portugueses vendam mal para o Brasil. Sei lá...

Mas eles são um povo bem hospitaleiro, que às vezes parecem meio rudes, mas é só o jeito meio expansivo deles se expressarem. E também eles não sabem dar informação. Mesmo. heheh

Amanhã, vou postar um pouco sobre cada cidade, dando uma visão geral, sem entrar muito nos pontos turísticos óbvios, que podem ser encontrados em qualquer Lonely Planet da vida.

See ya.