domingo, 27 de fevereiro de 2011

Updates

Olá. Prometi postar mais seguido, mas não está tão fácil assim. Vou ver se consigo postar pelo menos uma vez por semana.

Nessas semanas que passaram entrei na rotina e no ritmo de Londres. Agora estou bem adaptado e entendendo mais as coisas. Um dos grandes desafios que estou passando aqui é viver com a família. Por um lado fico imerso no inglês e na cultura, mas pelo outro, as regras são mais rígidas. Não tenho toque de recolher, eles não são meus pais ou algo assim, mas é menos tranquilo do que viver com 2 mexicanos malucos.

Voltei a ir no cinema, algo que eu não fazia há muito tempo. Não fui nenhuma vez na França por causa da mania de dublar todos os filmes. Eu não ia estragar um ótimo filme vendo a versão dublada em francês. Em Paris, existem alguns cinemas que passam filmes na versão original, mas eu tinha mais o que fazer em Paris do que ir no cinema. É caro, mas estou com muita vontade de ir então não tem problema. Assisti Cisne Negro e Biutiful, que em breve estarão no meu outro blog de cinema, Pipocas em Ação.

Uma das grandes novidades foi a minha aparição no jornal. Fui entrevistado por Skype e apareci numa reportagem sobre Geração Y e Sustentabilidade. Fiquei muito feliz de ser reconhecido dessa maneira e de ter dois amigos lado a lado no jornal. Matéria aqui.

Outra coisa legal que tem acontecido são as pessoas e amigos que passam pela cidade. Londres sempre é um destino nas viagens e mochilões. Tenho tido ótimas experiências reencontrando pessoas por aqui. Espero mostrar a cidade pra mais gente ainda antes de voltar.

E estou começando a planejar viagens para outras cidades no Reino Unido, como Liverpool e Dublin. Mas ainda é cedo e recém estou começando a penetrar nas atividades culturais londrinas.

Tenho algumas fotos novas, mas não vão para o Picasa. Tirei algumas no escritório. Mas vou deixar essa de uma escola nessa rua cheia de lojas cool, chamada Church Street.
Próximo post ponho as do escritório e falo um pouco sobre o trabalho.
Até!


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Cheers, London

Nossa, eu não sei como demorei tanto tempo para fazer esse post. Cheguei em Londres no dia 3 de fevereiro, há quase 2 semanas e não escrevi. Mas pensei muito sobre isso. Como não escrevo a tempo, vou descarregar tudo aqui e o post vai ficar grande. Sorry.

Com a França pra trás, cheguei em Londres, passei uns dias em um albergue e quase uma semana albergado na sala da minha prima Karine. Sou muito grato a ela por isso. Esses foram meus dias de introdução à cidade, sem muito o que fazer, meio perdido, procurando desesperadamente um quarto para alugar.

Achar acomodação por aqui é realmente um desafio. Mas consegui. Como eu não tinha muito o que fazer, eu investi umas boas horas e massa encefálica nessa tarefa. Acabei tendo algumas opções para decidir.

Decidi por ficar em um quarto no norte de Londres, com uma família. Fico entre a estação de metrô Seven Sisters e Stoke Newington, na zona 3, para os conhecedores. Mas por que decidi alugar um quarto com uma família, depois de ter vivido sozinho? E toda a ideia de liberdade?

Para começar, eu continuo sendo livre. Não é uma host family. Eu simplesmente estou alugando um quarto em uma casa onde mora uma família. Não posso tocar o terror wild, mas continuo podendo sair e voltar quando quero e sem dar satisfações a ninguém. Decidi essa opção para estar imerso na língua, muito difícil nessa cidade cheia de brasileiros, e aprender sobre a cultura, mesmo que em pouco tempo.

Nessas primeiras semanas, a família se mostrou muito legal. O pai, Anthony, é um americano de Michigan que morou boa parte da vida em São Francisco e agora tem um pequeno negócio caseiro de chocolates orgânicos. Sim, ele faz chocolates aqui. E a qualidade é MUITO alta. Tenho certeza que o negócio vai crescer. A mãe, Susan, trabalha na maior "charity" (algo como ONG) do país, a Cancer Research UK. E o filho (sim, tem um filho), Nicholas, tem 3 anos e é muito tranquilo e amigável. Vou ver se tiro uma foto deles em breve para colocar aqui.

E a saudades do Brasil permanece, mas mais porque já tenho uma data marcada para voltar. Isso faz com que tudo por aqui pareça uma contagem regressiva. Isso não é tão bom. Sinto que estou vivendo um tempo único e que não posso desperdição um minuto sequer. Talvez por isso eu não tenha postado.

Estou tentando viver Londres ao máximo. A cidade é incrível, como já descrevi no post que fiz quando vim visitar. London called me back. Tantas coisas acontecendo, tanta multiculturalidade, e um ritmo frenético de megacidade. Foi um choque sair de Troyes. Na verdade foi o choque inverso, já que também tive um choque ao chegar àquela pequena cidade na região de Champagne. Voltei ao ritmo urbano, que já estou acostumado. A volta do guri da cidade. Me sinto mais em casa, mas pareço um cara do interior chegando aqui.

Ah, cortei meu cabelo depois de 6 meses. Eu, deitado na sala:



E o trabalho? Está ótimo, mas o post já está grande demais para isso. Deixa pra próxima.

Várias novas fotos no Picasa e alguns vídeos no YouTube, de um show que fui por aqui.

No meio tempo, tenho aprendido a tomar chá com leite.
Até a próxima!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Encontros e desencontros 2 e A partida

E foi. Deixei Troyes. Passou tudo absolutamente rápido nesses últimos dias e semanas e mês. Várias burocracias, correia, estresse, festas (como sempre) e muitas despedidas. Algumas para sempre. Mas nunca se sabe. Um alemão me disse antes de dar tchau: “sempre se encontra alguém na vida duas vezes. E essa é a nossa primeira”.

Uma das coisas que descobri nesses seis meses é que encontrar pessoas é uma das coisas mais mágicas dessa vida. O acaso e perdidos em toda essa correria diária e não paramos para olhar quem está por perto. Pode realmente ser uma pessoa fantástica. Senti isso na pele. Nessa vida de mochileiro conheci muita gente em hostels, metrôs, trens e vôos. Algumas delas realmente difíceis de esquecer. Mesmo uma conversa curta e aparentemente rasa pode te dizer muito de alguém, de sua profundidade. Nessa vida de amizades de vida curta, aprendi a “avaliar” uma pessoa em muito pouco tempo. De onde ela vem, do que gosta, sobre o que pensa e se vale a pena conversar. Passei a buscar profundidade, pessoas que têm uma história, uma paixão e que amam viver.

E eu chorei nesse domingo. Foi muito difícil deixar a minha casa em Troyes, o meu quarto, tudo do meu jeito e já com o meu cheiro. Fazer as malas foi outra tarefa terrível. Decidir o que levar e o que deixar. Mesmo continuando por perto, na Europa (como assim? Fica pra outro post :P), foi muito duro partir. Eu já estava adaptado, minha vida fazia sentido por lá e eu estava começando a ter raízes. Cinco meses são suficientes para se conectar a pessoas, coisas, lugares. Isso porque se está longe de casa, ou da antiga casa, e mais importante: longe do seu país e local de conforto. Desconectar nunca é fácil, mas como eu já disse por aqui: sempre é mais difícil para quem fica.

Creio que tive na França nesses cinco meses uma experiência de vida extraordinária. Aprendi muito, fiquei independente, aprendi a cozinhar (direito), aprendi que o Brasil bomba e é certamente um dos melhores países para se viver no mundo atualmente, tive alguns ótimos professores e aulas, tenho mais claro o que quero para o meu futuro e vivi fora do meu país, como um europeu. Certamente inesquecível. E a lista de aprendizado só começa por aí.

Aprendi também que se precisa de muito menos do que se imagina para viver. Nossas necessidades são muito mais básicas e o que achamos que precisamos são só ilusões de uma vida abastada e bem sucedida. Não, não virei hippie. Esse é o efeito de viver sozinho, tomando minhas decisões, gerenciando a minha vida, com essa liberdade infinita.

E agora, escrevendo esse post antes de pegar o trem à Londres, penso: o que me esperará do outro lado do túnel?