sexta-feira, 13 de maio de 2011

De volta, de mudança, mudado

Depois de quase um mês no Brasil, decidi escrever meu post de encerramento aqui no Peroni de Bolso. Como não escrevi na primeira semana, por preguiça, resolvi que ia esperar vir a inspiração. E hoje, sexta-feira 13, me peguei escrevendo o post mentalmente.

Estar de volta foi ótimo. Estar em Troyes no último fim de semana também. Eu já sabia. Mas foi ainda melhor. Ver os novos rostos que estão no meu lugar, vivendo aquela mesma vida de estudante internacional foi muito legal. Ver que eles, os novos Erasmus, enquanto imersos na experiência, não tem noção de quão inesquecível tudo aquilo será. E ver os velhos rostos também foi bom. Notar que foi sentida minha falta e ver naqueles que ficaram uma nostalgia do outro semestre. Saí de Troyes muito bem, muito leve, tendo encontrado e conhecido pessoas fantásticas em apenas 2 dias. Foi um adieu de alto estilo à vida Francesa.



Antes de embarcar na saga de volta, lágrimas rolaram no trem que me levava pro aeroporto Charles de Gaulle, de onde eu partiria para o Brasil. Comecei a lembrar dos meus 8 meses fora e tudo que foi comigo e o que será sem mim. Deixar coisas pra trás é realmente difícil. E fiz isso 2 vezes. E ainda superar a dificuldade de levar o meu peso em malas. Foi uma viagem e tanto.

Já estar de volta em Porto Alegre foi bem diferente. Cheguei perto da Páscoa e fiquei os primeiros dias em casa, com minha família, sem saber muito o que fazer. O calor e o sol me fizeram bem. Fiz coisas que há muito tempo não fazia, como ver TV, jogar videogame, etc. Também na volta fui em alguns lugares que adorava. Estive revisitando.

Legal ver que em 8 meses os meus olhares para Porto Alegre mudaram. Vi novas coisas, lugares, pessoas. Outros ângulos. Um desses novos aspectos foi notar que Porto Alegre é sim parte do Brasil - e muito Brasil. Muitos de nós temos uma percepção que POA é super europeia e que não somos parte do Brasil. Somos algo diferente. Não é verdade. Mas isso é bom. Porto Alegre é Porto Alegre. E é bom (e Brasil).

Também notei como minha vida por aqui é realmente fácil perto de lá. Mas com a comodidade vem também a perda de liberdade. Mesmo tendo ótimos pais, a cobrança desnecessária, a preocupação e outras coisas tem me incomodado um pouco. Mas faz parte.

Legal ver que mudei de volta. Voltei mudado. Estou feliz.

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O blog não será desativado, ainda vai ficar no ar por aqui, se alguém quiser revisitar alguma parte dessa minha história. Vai entrar em standby e vai servir para eu falar de viagens que venha a fazer, mesmo que a turismo.

Foi muito legal escrever tudo isso. Como falei no início, fez parte de uma terapia para entender o que estava passando e como eu estava mudando, além de ajudar a todos matarmos saudades.

Enquanto isso, estou criando um outro blog pessoal. Informarei mais a respeito no futuro, assim que estiver pronto. Um grande abraço aos meus parcos leitores. Um grande abraço.

Câmbio, desligo.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Good bye, London

Olá. Ainda estou digerindo a volta ao Brasil, então posto esse texto que escrevi durante a volta, sobre meus últimos dias na Europa. Lá vai:

E o último dia chegou.

Passei uma ótima última semana em Londres, tentando absorver e entender que eu estava partindo. Encontrei todas as pessoas interessantes que conheci por aqui e tentei fazer uma última vez as coisas que eu adoro na cidade, como almoçar nos mercados de rua e provar comidas de vários países. Cada dia uma aventura.

Várias pessoas vieram me perguntar como eu estava me sentindo. Difícil descrever. É algo como a mesma saudade com vontade de ficar, mas com uma pontada de missão cumprida. Até quinta-feira foi tranqüilo. Não pensei muito que ia embora e só deixei rolar. Mas depois da despedida depois do último dia de trabalho num ótimo pub ali perto – fiquei bem feliz que muita gente foi – os sentimentos começaram a aparecer. Sexta-feira foi um dia meio nulo. Além de fazer as malas não consegui fazer mais nada. Estava perdido. Talvez tenha sido o efeito dos vários pints e 2 Jeagerbombs da noite anterior. Não sei. Só sei que eu estava diferente. A única coisa interessante que fiz foi almoçar em um restaurante Colombiano perto de casa, bater um papo em espanhol e saber que as sobremesas – sagu e pudim (tempo que eu não via) - eram feitas por uma senhora brasileira que morava ali perto.

Ontem à noite, terminando de arrumar as malas, depois da minha família desejar boa viagem por Skype, eu estava muito nervoso. Tive que tomar um chá de camomila para me acalmar. E mesmo assim dormi mal as poucas 5 horas. Mas agora que a parte I da saga da volta já passou – malas no metrô, etc. - já estou mais perto de casa e estou tranqüilo.

Comecei esse post em Londres, mas terminei no trem que vai me levar de volta à Troyes. Muito estranha essa volta à França. Tive outra impressão das coisas pelo pouco que fiquei em Paris. É impressionante o quão rápido podemos nos adaptar a uma nova realidade e aprender, mudar o ponto de vista. Não vejo a hora de rever bons amigos, tomar um vinho e comer um bom queijo francês em uma Troyes cheia de flores antes de voltar.

Londres foi uma ótima idéia. Cidade que apaixona. Deu um aperto no peito depois que o trem deixou a cidade. Espero ter deixado boas lembranças nas pessoas que conheci. Até logo.

Good bye, London.

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Fotos novas no Picasa e em breve vários vídeos no YouTube que gravei no show beneficente que comentei no último post.

domingo, 10 de abril de 2011

Última semana

E chegou a última semana. E com ela a primavera.
Várias flores aparecem nas árvores que antes estavam secas e as ruas de Londres estão ficando cada vez mais lindas. O sol também já brilha mais forte e durante mais tempo. Vários ingleses dizendo que é uma semana de sorte. Espero que sim.

Nesses últimos fins de semana tentei conhecer partes mais afastadas da cidade. No sábado passado fui à Greenwich, onde passa a famosa linha que divide o mundo, no antigo observatório onde se tem uma vista espetacular do oeste londrino. Abaixo uma foto pra dar um gostinho.


Nesse domingo fui para Kew Gardens, no sudoeste da cidade. Mais de uma hora de viagem no metrô valeu a pena. É um dos parques mais bonitos que já fui. Várias cores e flores que eu nunca tinha visto, também lindas magnólias, orquídeas e narcisos. Também foi um dia perfeito, com a temperatura ideal e ótima companhia. Sem fotos dessa vez, mas certamente vai ficar na minha memória.

Outra coisa que certamete ficará a minha memória é o show que fui a última quinta-feira, na Union Chapel. Foi um show de músicos de Manchester, incluindo Badly Drawn Boy (que eu amei assistir ao vivo), que estavam lançando um álbum de uma ONG que realiza projetos em Kosovo. Foram 8 pocket shows inesquecíveis. Realmente todos os músicos eram bons e a atmosfera da igreja, com boa música e sorvete me c0nvenceram em apoiar a causa e levar um álbum pra casa.

Estranho que não parece que vou embora em poucos dias. Estou tão adaptado e curtido a cidade que simplesmente parece que vou ficar. Acho que vai só cair a ficha quando eu estiver arrumando minha mala, assim como aconteceu quando deixei a França.

Fotos e vídeos de tudo isso amanhã no Picasa.

E antes de terminar: boas notícias! Fui selecionado como o guest blogger para o Brasil da minha empresa. Vou escrever cases de negócios sociais interessantes a minha terra. Ou seja, um novo blog vem aí, depois que esse acabar!

Fui! Até sexta, meu último dia na terra da rainha.

domingo, 3 de abril de 2011

Liverpool by coach

Uma semana depois de ir pra Liverpool, conto aqui um pouco da experiência.

No último sábado, saí cedo de Londres. Peguei um ônibus com um novo amigo, Rafael Scavone, gaúcho, que mora por aqui desde outubro e adora discutir negócios. 5 horas depois, desembarquei na cidade dos Beatles.

Liverpool costumava ser uma cidade muito importante até o fim do século XIX, devido ao seu porto estratégico onde desembarcavam escravos e mercadorias das colônias inglesas e muito comércio era feito. Depois das 2 Guerras, totalmente destruída por bombardeios, o porto de Liverpool perdeu muita importância. E como toda a cidade dependia dele, foi um período de crise. Dá pra ver um pouco dessa riqueza do passado nos grandes prédios comerciais na beira do cais com nomes de países "exóticos" como Índia e Tailândia.

Esse contraste entre riqueza e pobreza é bem visível em toda parte. Há um 10 anos, o governo da cidade resolveu que iria regenerar a região. Hoje, a cidade ganhou um grande polo de inovação, várias faculdades, um metrô e museus legais. Em 2008, ela foi escolhida como capital europeia da cultura.

O centro da cidade me lembrou do centro de Porto Alegre. Não sei porque. Talvez porque a cidade tenha um tamanho médio (560mil habitantes) e a atmosfera é parecida. E à noite, todo esse contrastre em uma cidade portuária parecia Rio Grande com um pouco de Montevideo.


Gostei muito. O fato de ser perto do mar me fez me sentir melhor do que em Londres. O povo é muito amigável, com aquele sotaque fortíssimo, que dizem ter sido influenciado pelos noruegueses que andaram por lá. Os pubs são ótimos, tem um bom time de futebol e uma infraestrutura legal.

Obviamente, fiz boa parte da Beetletur. Fui no Cavern Club, onde bandas locais tocavam hits de rock clássico e convidavam turistas na platéia para cantarem ou tocarem junto. Interessante. O museu dos Beatles, apesar de ser bem caro vale a pena. É uma boa experiência, conta várias partes não-óbvias da história e no final tem homenagens geniais - minha parte preferida. Também fui na Catedral, que é a maior anglicana do mundo e uma dos maiores prédios de igreja do mundo (maior que o Duomo em Milão, por exemplo :O)


Ah, e também comi o prato típico (scouse), ensopado de carneiro com legumes. Bom, mas nada especial.

Ótima viagem. Mais fotos no Picasa.
Até.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Mercados de rua e Localização

Londres tem muitos mercados. Não supermercados, mas mercados de rua. Com isso, descobri que essa história de mercados a céu aberto, onde se vende de tudo é muito legal. É uma ótima atividade outdoor de final de semana para conhecer coisas novas ou caçar umas barganhas.

Fui em pelo menos 5 deles no meu tempo por aqui e todos foram muito legais. Fico pensando porque eles são tão populares por aqui e no Brasil quase inexistentes. Temos as feiras de rua, mas sinto que estão perdendo força, enquanto aqui surgem mais e mais mercados. E tem para todos os gostos: de produtos orgânicos a muambas, antiguidades, comida internacional e tem os que vendem de tudo.

Acho que a ideia de localização é um dos grandes motivos. Em megacidades, um das tendências é que as pessoas querem comprar comida e bens locais, de pessoas locais, numa atmosfera local, de bairro. Sinto isso bem forte por aqui. Em Londres, por exemplo, a cidade é dividida em burroughs, que funcionam como minicidades, cada um com sua prefeitura local. São Paulo, outra megacidade global, tem iniciativas parecidas, com as prefeituras de bairro e o sistema da Nossa São Paulo. Essa divisão faz com que surjam culturas locais diferentes e interessantes e incentiva o desenvolvimento dos bairros.

E ainda por cima, faz sentido de negócios já que fica MUITO difícil gerir cidades enormes. O governo inglês tem feito bastante esforço em também promover as esse movimento, incentivando iniciativas locais que substituem serviços públicos, para descentralizar e reduzir o tamanho do Estado em tempos difíceis.

Pessoalmente, acho uma ideia muito interessante e uma das boas práticas que torna possível gerenciar uma cidade com 8,2 (Londres) ou 11 milhões (SP) de habitantes.

Seguem abaixo algumas fotos dos mercados, coletadas do meu Picasa ou por aí.

Bricklane Market

Portobello Market

Stoke Newington Church St. Farmers Market

sábado, 19 de março de 2011

1 mês and counting

Olá pessoal,
Depois de mais uma semana bem movimentada, resolvi postar nesse sábado de manhã. Ainda com um pouco de ressaca do pub de ontem, mas lá vai.

Essa semana foi de St. Patrick's Day um feriado irlandês que o mundo todo comemora, mas ninguém tem noção do real significado e muito menos tem idéia de quem foi São Patrício. É um feriado majoritariamente religioso mas virou sinônimo mundial de se vestir de verde e ir beber cerveja. Engraçado foi notar que a festa na Inglaterra, onde não é feriado, não é tão grande assim. Certamente todos os pubs estavam lotados, bastante gente bêbada na rua para uma quinta-feira, vários pints de Guiness sendo tomados e chapéus verdes dados como promoção (peguei um!).

Eu estava em Porto Alegre no St. Patrick's no ano passado e lembro de haver uma movimentação bizarra de pessoas perto dos pubs irlandeses/ingleses. E todo mundo de verde. Eu não me senti pertencendo de tudo aquilo, mas fui tomar uma cerveja porque tinha vários amigos por lá. Me pareceu por um momento, que a força da festa em Londres e POA é parecida. Isso não faz sentido algum, já que a Irlanda fica a 2h de avião daqui. Por que comemorar São Patrício no Brasil? Enfim...

Mas o grande motivo do post é que em 1 mês já estarei no Brasil. Meu útlimo mês em Londres começou e tenho que aproveitar. Estou tentando ficar menos tempo possível em casa e ficar por aí pela cidade aproveitando, conhecendo, descobrindo. E é exatamente o que vou fazer nesses últimos 30 dias. Também pretendo conhecer Liverpool e Dublin, se tudo der certo.
Se quero voltar? Sim, nas também adoraria ficar.

Foto minha no trabalho comendo sushi em um dos almoços coletivos de sexta-feira
Novas fotos no Picasa e vídeos no YouTube!

Essa semana também terminou com uma notícia forte. No trabalho, um dos meus colegas foi demitido. Ele não estava conseguindo dar conta dos eventos e o diretor encontrou alguém com mais experiência na área. Eu já tinha passado por uma situação parecida, mas essas coisas nunca são fáceis. Aí depois do trabalho fomos beber um pouco com o cara e dar boa sorte em procurar emprego nesses tempos de recessão.

That's life, diria meu amigo Gustavo.
Um abraço.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Hoje todo o folião / se junta ao bloco pra pular / e eu aqui no frio / bom Carnaval, Brasil!

É, pessoal. Esse pequeno peoma que fiz passa um pouco das minhas sensações. Vou tentar compartilhar mais um pouco aqui no blog. Segundo carnaval que passo fora do Brasil. O último foi no Uruguai foi ótimo e lembro bem. Experiência com violão, Tannat, Drexler, Conceição e rodas de candombe.

Agora, aqui no frio úmido de Londres, penso no Brasil. E muito. A vontade de estar no país nunca foi tão grande, desde que cheguei na França. Toda aquela movimentação de verão, mesmo sendo sempre o mesmo em Xangri-lá, está fazendo falta. Acho que meu corpo também está pedindo sol. Hoje, até um pouco de sol apareceu por aqui. Foi um ótimo dia no trabalho, envolvimento em novos projetos, confiança por parte dos chefes. Todos bons sinais.

Para se sentir um pouco mais em casa, amanhã vou numa festa brasileira chamada Favela Chic, edição especial de Carnaval. Espero que esteja legal. Quem me convidou foi uma dupla de brasileiros que conheci ontem em um evento sobre empreendedorismo na London Business School. Os caras estão empreendendo por aqui, com um negócio de venda de camisetas únicas pela internet. Muito boa ideia.

Conheci outras pessoas também, bebi cerveja de graça e vi um pouco da realidade da melhor Business School do mundo. Indianos falando de grandes franquias, loucos por TI e por ter uma empresa de 1 bilhão de dólares. Americanos que negociam vinhos raros e ingleses bossais que irão trabalhar nas grandes torres da City. A Rede Social motivou muita gente, inclusive eu, e esses eventos servem para eu ter cada vez mais certeza que quero trabalhar com novos negócios. Só faltou ver mais consciência na cabeça dessa elite de executivos e futuros CEOs.

Dessa vez, para ilustrar o post, coloco a foto mais incrível que eu conheço do Carnaval. Nunca fui muito dessa festa. Acho que por ser gaúcho, pertencente à estética do frio e do rock. Mas agora parece que tudo faz mais sentido.



Até.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Updates

Olá. Prometi postar mais seguido, mas não está tão fácil assim. Vou ver se consigo postar pelo menos uma vez por semana.

Nessas semanas que passaram entrei na rotina e no ritmo de Londres. Agora estou bem adaptado e entendendo mais as coisas. Um dos grandes desafios que estou passando aqui é viver com a família. Por um lado fico imerso no inglês e na cultura, mas pelo outro, as regras são mais rígidas. Não tenho toque de recolher, eles não são meus pais ou algo assim, mas é menos tranquilo do que viver com 2 mexicanos malucos.

Voltei a ir no cinema, algo que eu não fazia há muito tempo. Não fui nenhuma vez na França por causa da mania de dublar todos os filmes. Eu não ia estragar um ótimo filme vendo a versão dublada em francês. Em Paris, existem alguns cinemas que passam filmes na versão original, mas eu tinha mais o que fazer em Paris do que ir no cinema. É caro, mas estou com muita vontade de ir então não tem problema. Assisti Cisne Negro e Biutiful, que em breve estarão no meu outro blog de cinema, Pipocas em Ação.

Uma das grandes novidades foi a minha aparição no jornal. Fui entrevistado por Skype e apareci numa reportagem sobre Geração Y e Sustentabilidade. Fiquei muito feliz de ser reconhecido dessa maneira e de ter dois amigos lado a lado no jornal. Matéria aqui.

Outra coisa legal que tem acontecido são as pessoas e amigos que passam pela cidade. Londres sempre é um destino nas viagens e mochilões. Tenho tido ótimas experiências reencontrando pessoas por aqui. Espero mostrar a cidade pra mais gente ainda antes de voltar.

E estou começando a planejar viagens para outras cidades no Reino Unido, como Liverpool e Dublin. Mas ainda é cedo e recém estou começando a penetrar nas atividades culturais londrinas.

Tenho algumas fotos novas, mas não vão para o Picasa. Tirei algumas no escritório. Mas vou deixar essa de uma escola nessa rua cheia de lojas cool, chamada Church Street.
Próximo post ponho as do escritório e falo um pouco sobre o trabalho.
Até!


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Cheers, London

Nossa, eu não sei como demorei tanto tempo para fazer esse post. Cheguei em Londres no dia 3 de fevereiro, há quase 2 semanas e não escrevi. Mas pensei muito sobre isso. Como não escrevo a tempo, vou descarregar tudo aqui e o post vai ficar grande. Sorry.

Com a França pra trás, cheguei em Londres, passei uns dias em um albergue e quase uma semana albergado na sala da minha prima Karine. Sou muito grato a ela por isso. Esses foram meus dias de introdução à cidade, sem muito o que fazer, meio perdido, procurando desesperadamente um quarto para alugar.

Achar acomodação por aqui é realmente um desafio. Mas consegui. Como eu não tinha muito o que fazer, eu investi umas boas horas e massa encefálica nessa tarefa. Acabei tendo algumas opções para decidir.

Decidi por ficar em um quarto no norte de Londres, com uma família. Fico entre a estação de metrô Seven Sisters e Stoke Newington, na zona 3, para os conhecedores. Mas por que decidi alugar um quarto com uma família, depois de ter vivido sozinho? E toda a ideia de liberdade?

Para começar, eu continuo sendo livre. Não é uma host family. Eu simplesmente estou alugando um quarto em uma casa onde mora uma família. Não posso tocar o terror wild, mas continuo podendo sair e voltar quando quero e sem dar satisfações a ninguém. Decidi essa opção para estar imerso na língua, muito difícil nessa cidade cheia de brasileiros, e aprender sobre a cultura, mesmo que em pouco tempo.

Nessas primeiras semanas, a família se mostrou muito legal. O pai, Anthony, é um americano de Michigan que morou boa parte da vida em São Francisco e agora tem um pequeno negócio caseiro de chocolates orgânicos. Sim, ele faz chocolates aqui. E a qualidade é MUITO alta. Tenho certeza que o negócio vai crescer. A mãe, Susan, trabalha na maior "charity" (algo como ONG) do país, a Cancer Research UK. E o filho (sim, tem um filho), Nicholas, tem 3 anos e é muito tranquilo e amigável. Vou ver se tiro uma foto deles em breve para colocar aqui.

E a saudades do Brasil permanece, mas mais porque já tenho uma data marcada para voltar. Isso faz com que tudo por aqui pareça uma contagem regressiva. Isso não é tão bom. Sinto que estou vivendo um tempo único e que não posso desperdição um minuto sequer. Talvez por isso eu não tenha postado.

Estou tentando viver Londres ao máximo. A cidade é incrível, como já descrevi no post que fiz quando vim visitar. London called me back. Tantas coisas acontecendo, tanta multiculturalidade, e um ritmo frenético de megacidade. Foi um choque sair de Troyes. Na verdade foi o choque inverso, já que também tive um choque ao chegar àquela pequena cidade na região de Champagne. Voltei ao ritmo urbano, que já estou acostumado. A volta do guri da cidade. Me sinto mais em casa, mas pareço um cara do interior chegando aqui.

Ah, cortei meu cabelo depois de 6 meses. Eu, deitado na sala:



E o trabalho? Está ótimo, mas o post já está grande demais para isso. Deixa pra próxima.

Várias novas fotos no Picasa e alguns vídeos no YouTube, de um show que fui por aqui.

No meio tempo, tenho aprendido a tomar chá com leite.
Até a próxima!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Encontros e desencontros 2 e A partida

E foi. Deixei Troyes. Passou tudo absolutamente rápido nesses últimos dias e semanas e mês. Várias burocracias, correia, estresse, festas (como sempre) e muitas despedidas. Algumas para sempre. Mas nunca se sabe. Um alemão me disse antes de dar tchau: “sempre se encontra alguém na vida duas vezes. E essa é a nossa primeira”.

Uma das coisas que descobri nesses seis meses é que encontrar pessoas é uma das coisas mais mágicas dessa vida. O acaso e perdidos em toda essa correria diária e não paramos para olhar quem está por perto. Pode realmente ser uma pessoa fantástica. Senti isso na pele. Nessa vida de mochileiro conheci muita gente em hostels, metrôs, trens e vôos. Algumas delas realmente difíceis de esquecer. Mesmo uma conversa curta e aparentemente rasa pode te dizer muito de alguém, de sua profundidade. Nessa vida de amizades de vida curta, aprendi a “avaliar” uma pessoa em muito pouco tempo. De onde ela vem, do que gosta, sobre o que pensa e se vale a pena conversar. Passei a buscar profundidade, pessoas que têm uma história, uma paixão e que amam viver.

E eu chorei nesse domingo. Foi muito difícil deixar a minha casa em Troyes, o meu quarto, tudo do meu jeito e já com o meu cheiro. Fazer as malas foi outra tarefa terrível. Decidir o que levar e o que deixar. Mesmo continuando por perto, na Europa (como assim? Fica pra outro post :P), foi muito duro partir. Eu já estava adaptado, minha vida fazia sentido por lá e eu estava começando a ter raízes. Cinco meses são suficientes para se conectar a pessoas, coisas, lugares. Isso porque se está longe de casa, ou da antiga casa, e mais importante: longe do seu país e local de conforto. Desconectar nunca é fácil, mas como eu já disse por aqui: sempre é mais difícil para quem fica.

Creio que tive na França nesses cinco meses uma experiência de vida extraordinária. Aprendi muito, fiquei independente, aprendi a cozinhar (direito), aprendi que o Brasil bomba e é certamente um dos melhores países para se viver no mundo atualmente, tive alguns ótimos professores e aulas, tenho mais claro o que quero para o meu futuro e vivi fora do meu país, como um europeu. Certamente inesquecível. E a lista de aprendizado só começa por aí.

Aprendi também que se precisa de muito menos do que se imagina para viver. Nossas necessidades são muito mais básicas e o que achamos que precisamos são só ilusões de uma vida abastada e bem sucedida. Não, não virei hippie. Esse é o efeito de viver sozinho, tomando minhas decisões, gerenciando a minha vida, com essa liberdade infinita.

E agora, escrevendo esse post antes de pegar o trem à Londres, penso: o que me esperará do outro lado do túnel?

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Encontros e Desencontros

Olá pessoal.

Depois de um bom tempo sem dar as caras, finalmente volto a escrever. Eu queria ter dado notícias, mas não deu. Esse mês de janeiro tem sido muito ocupado, com muitas aulas e tarefas, mas mesmo assim não existe desculpa. Sempre tu podes ter tempo. Posto agora, quase 4h30 de uma quarta-feira, porque faz sentido.

E chegou 2011. Agradeço profundamente pelo 2º semestre maravilhoso que tive em 2010. Foi realmente inesquecível.

A minha viagem de final de ano foi ótima. Passar o Natal e Ano Novo com a família foi ótimo, sem preço. Revê-los foi meio estranho, mas recompensador. Vi que fiquei independente, descolado. Foi uma viagem bem engraçada, cheia de altos e baixos, aventuras de GPS no interior da Itália, desencontros em Paris, entre outras loucuras. Revisitar Milão depois de 3 anos foi interessante e a Itália é simplesmente surpreendente. Nada como voltar às raízes.

Vou contar um dos causos mais engraçados dessa viagem: a virada.
No ano novo, por causa de toda a loucura de Paris e movimento no metro com passe livre, acabei me perdendo dos meus pais às 23h30, faltando pouco tempo para a virada. Pelo menos fiquei com meu irmão. Ficamos tentando os procurar até umas 23h55, quando então chegamos a conclusão que passaríamos a virada sozinhos. Foi maluco. Paris mostrando sua cara cosmopolitana como nunca, com muitos estrangeiros, turistas e imigrantes, felizes, bêbados a cantar pelas ruas e esperando 2011 chegar.

Acabamos passando a virada eu e meu irmão, próximo da Champs-Elysée. Por pouco não passamos no metrô. Subimos a escada e virou a hora. A virada em si não foi de nada especial. A Torre Eiffel brilhou, como brilha em todas as horas cheias, e todos começaram a abrir suas garrafas. Senti um pouco de saudades do Brasil, daquela euforia da praia e principalmente dos fogos de artifício, banidos de Paris esse ano.

Abrimos então uma das garrafas de champagne (o de verdade) que estavam com a gente. E logo depois, antes de bebermos, um policial francês nos tirou a garrafa dizendo: "C'est interdit!". No melhor estilo francês. A raiva e sensação de impotência foi imensa. Senti a mesma sensação de ser roubado por um bandido. Definitivamente uma maneira diferente de começar o ano.

Logo saímos de lá e fomos ao Trocadéro, onde supostamente estavam meus pais. Estava MUITO cheio e queríamos muito abrir a segunda garrafa. Fomos até a beirada da barreira policial, onde tinha uma vista fantástica da torre. Estávamos lá, já perto da 1h, curtindo a vista e pensando onde estariam nossos pais. Olhamos para o lado e quem encontramos?

Nossos pais. SIM!!! No meio de milhares de estrangeiros, parisienses e todo mundo mais, reencontramos nossos pais, numa das melhores vistas de Paris. E eles estavam juntos. Foi definitivamente um momento mágico. Até me emociono um pouco de contar isso tudo. Então tomamos o outro champagne, melhor que o primeiro, e tudo acabou bem naquela noite gelada.



O Natal pode ser melhor festejado no inverno, mas definitivamente, o Ano Novo é melhor no verão.

Depois do episódio, terminei a noite encontrando outros Erasmus daqui de Troyes e indo beber e conversar na casa de um francês-marroquino que tem um ap em Paris. Foi legal.

Espero que esse ano seja muito bom e intenso e cheio de finais felizes, com na virada em Paris.

Tenho ainda muito o que contar de janeiro, último mês em Troyes, cheio de acontecimentos, e da minha fantástica viagem à Amsterdam. Estou num dos meus últimos dias por aqui, cheio de despedidas, sonhos e muita nostalgia. Fotos em breve no Picasa.

Escreverei em breve dessa vez.