quarta-feira, 20 de abril de 2011

Good bye, London

Olá. Ainda estou digerindo a volta ao Brasil, então posto esse texto que escrevi durante a volta, sobre meus últimos dias na Europa. Lá vai:

E o último dia chegou.

Passei uma ótima última semana em Londres, tentando absorver e entender que eu estava partindo. Encontrei todas as pessoas interessantes que conheci por aqui e tentei fazer uma última vez as coisas que eu adoro na cidade, como almoçar nos mercados de rua e provar comidas de vários países. Cada dia uma aventura.

Várias pessoas vieram me perguntar como eu estava me sentindo. Difícil descrever. É algo como a mesma saudade com vontade de ficar, mas com uma pontada de missão cumprida. Até quinta-feira foi tranqüilo. Não pensei muito que ia embora e só deixei rolar. Mas depois da despedida depois do último dia de trabalho num ótimo pub ali perto – fiquei bem feliz que muita gente foi – os sentimentos começaram a aparecer. Sexta-feira foi um dia meio nulo. Além de fazer as malas não consegui fazer mais nada. Estava perdido. Talvez tenha sido o efeito dos vários pints e 2 Jeagerbombs da noite anterior. Não sei. Só sei que eu estava diferente. A única coisa interessante que fiz foi almoçar em um restaurante Colombiano perto de casa, bater um papo em espanhol e saber que as sobremesas – sagu e pudim (tempo que eu não via) - eram feitas por uma senhora brasileira que morava ali perto.

Ontem à noite, terminando de arrumar as malas, depois da minha família desejar boa viagem por Skype, eu estava muito nervoso. Tive que tomar um chá de camomila para me acalmar. E mesmo assim dormi mal as poucas 5 horas. Mas agora que a parte I da saga da volta já passou – malas no metrô, etc. - já estou mais perto de casa e estou tranqüilo.

Comecei esse post em Londres, mas terminei no trem que vai me levar de volta à Troyes. Muito estranha essa volta à França. Tive outra impressão das coisas pelo pouco que fiquei em Paris. É impressionante o quão rápido podemos nos adaptar a uma nova realidade e aprender, mudar o ponto de vista. Não vejo a hora de rever bons amigos, tomar um vinho e comer um bom queijo francês em uma Troyes cheia de flores antes de voltar.

Londres foi uma ótima idéia. Cidade que apaixona. Deu um aperto no peito depois que o trem deixou a cidade. Espero ter deixado boas lembranças nas pessoas que conheci. Até logo.

Good bye, London.

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Fotos novas no Picasa e em breve vários vídeos no YouTube que gravei no show beneficente que comentei no último post.

domingo, 10 de abril de 2011

Última semana

E chegou a última semana. E com ela a primavera.
Várias flores aparecem nas árvores que antes estavam secas e as ruas de Londres estão ficando cada vez mais lindas. O sol também já brilha mais forte e durante mais tempo. Vários ingleses dizendo que é uma semana de sorte. Espero que sim.

Nesses últimos fins de semana tentei conhecer partes mais afastadas da cidade. No sábado passado fui à Greenwich, onde passa a famosa linha que divide o mundo, no antigo observatório onde se tem uma vista espetacular do oeste londrino. Abaixo uma foto pra dar um gostinho.


Nesse domingo fui para Kew Gardens, no sudoeste da cidade. Mais de uma hora de viagem no metrô valeu a pena. É um dos parques mais bonitos que já fui. Várias cores e flores que eu nunca tinha visto, também lindas magnólias, orquídeas e narcisos. Também foi um dia perfeito, com a temperatura ideal e ótima companhia. Sem fotos dessa vez, mas certamente vai ficar na minha memória.

Outra coisa que certamete ficará a minha memória é o show que fui a última quinta-feira, na Union Chapel. Foi um show de músicos de Manchester, incluindo Badly Drawn Boy (que eu amei assistir ao vivo), que estavam lançando um álbum de uma ONG que realiza projetos em Kosovo. Foram 8 pocket shows inesquecíveis. Realmente todos os músicos eram bons e a atmosfera da igreja, com boa música e sorvete me c0nvenceram em apoiar a causa e levar um álbum pra casa.

Estranho que não parece que vou embora em poucos dias. Estou tão adaptado e curtido a cidade que simplesmente parece que vou ficar. Acho que vai só cair a ficha quando eu estiver arrumando minha mala, assim como aconteceu quando deixei a França.

Fotos e vídeos de tudo isso amanhã no Picasa.

E antes de terminar: boas notícias! Fui selecionado como o guest blogger para o Brasil da minha empresa. Vou escrever cases de negócios sociais interessantes a minha terra. Ou seja, um novo blog vem aí, depois que esse acabar!

Fui! Até sexta, meu último dia na terra da rainha.

domingo, 3 de abril de 2011

Liverpool by coach

Uma semana depois de ir pra Liverpool, conto aqui um pouco da experiência.

No último sábado, saí cedo de Londres. Peguei um ônibus com um novo amigo, Rafael Scavone, gaúcho, que mora por aqui desde outubro e adora discutir negócios. 5 horas depois, desembarquei na cidade dos Beatles.

Liverpool costumava ser uma cidade muito importante até o fim do século XIX, devido ao seu porto estratégico onde desembarcavam escravos e mercadorias das colônias inglesas e muito comércio era feito. Depois das 2 Guerras, totalmente destruída por bombardeios, o porto de Liverpool perdeu muita importância. E como toda a cidade dependia dele, foi um período de crise. Dá pra ver um pouco dessa riqueza do passado nos grandes prédios comerciais na beira do cais com nomes de países "exóticos" como Índia e Tailândia.

Esse contraste entre riqueza e pobreza é bem visível em toda parte. Há um 10 anos, o governo da cidade resolveu que iria regenerar a região. Hoje, a cidade ganhou um grande polo de inovação, várias faculdades, um metrô e museus legais. Em 2008, ela foi escolhida como capital europeia da cultura.

O centro da cidade me lembrou do centro de Porto Alegre. Não sei porque. Talvez porque a cidade tenha um tamanho médio (560mil habitantes) e a atmosfera é parecida. E à noite, todo esse contrastre em uma cidade portuária parecia Rio Grande com um pouco de Montevideo.


Gostei muito. O fato de ser perto do mar me fez me sentir melhor do que em Londres. O povo é muito amigável, com aquele sotaque fortíssimo, que dizem ter sido influenciado pelos noruegueses que andaram por lá. Os pubs são ótimos, tem um bom time de futebol e uma infraestrutura legal.

Obviamente, fiz boa parte da Beetletur. Fui no Cavern Club, onde bandas locais tocavam hits de rock clássico e convidavam turistas na platéia para cantarem ou tocarem junto. Interessante. O museu dos Beatles, apesar de ser bem caro vale a pena. É uma boa experiência, conta várias partes não-óbvias da história e no final tem homenagens geniais - minha parte preferida. Também fui na Catedral, que é a maior anglicana do mundo e uma dos maiores prédios de igreja do mundo (maior que o Duomo em Milão, por exemplo :O)


Ah, e também comi o prato típico (scouse), ensopado de carneiro com legumes. Bom, mas nada especial.

Ótima viagem. Mais fotos no Picasa.
Até.